A Quaresma, que começou no dia 22 de fevereiro, tem suas normas litúrgicas e há práticas que a Igreja Católica indica que não devem ser feitas nestes 40 dias de preparação espiritual para a Páscoa.

1. Tocar música instrumental durante a missa

Em algumas paróquias, costuma-se tocar música instrumental em alguns momentos da missa sem que ninguém esteja cantando. Embora esta prática não seja proibida durante outros tempos litúrgicos, na Quaresma, com algumas exceções, não deve ser feita.

O número 313 da Instrução Geral do Missal Romano: “No tempo da Quaresma só é permitido o toque do órgão e dos outros instrumentos musicais para sustentar o canto. Exceptuam-se, porém, o domingo Laetare (IV da Quaresma), as solenidades e as festas”.

2. Cantar ou recitar o "Glória"

O ponto número 53 da Instrução Geral do Missal Romano diz que "o Glória, é um hino antiquíssimo e venerável, pelo qual a Igreja, congregada no Espírito Santo, glorifica e suplica a Deus Pai e ao Cordeiro".

"É cantado ou recitado aos domingos" na missa; com exceção dos domingos do "Advento e da Quaresma" e “nas solenidades e festas e ainda em celebrações especiais mais solenes".

3. Cantar ou recitar o Aleluia antes do Evangelho

O Aleluia é uma aclamação recitada pelos fiéis antes da leitura do Evangelho para professar a fé e acolher e saudar o Senhor que vai falar.

O Aleluia e cantado o ano todo, com exceção do Tempo da Quaresma.

Segundo o ponto 62 da Instrução Geral do Missal Romano: “O Aleluia é cantado em todo o tempo, exceto na Quaresma. O Versículo é tomado do lecionário ou do Gradual”.

“No Tempo da Quaresma, no lugar do Aleluia, canta-se o versículo antes do Evangelho proposto no lecionário. Pode-se cantar também um segundo salmo ou trato, como se encontra no Gradual”, acrescenta.

4. Colocar flores no altar

Durante a maior parte do ano, o altar é decorado com flores. Esta prática, que envolve colocar flores com moderação ao redor e não na mesa do altar, não se faz na Quaresma com certas exceções.

Segundo o ponto 305 da Instrução Geral do Missal Romano: “No Tempo da Quaresma é proibido ornamentar com flores o altar. Excetuam-se, porém, o domingo Laetare (IV na Quaresma), solenidades e festas”.

5. Esvaziar as fontes de água benta

Jimmy Akin escreveu no jornal National Catholic Register, do grupo EWTN ao qual pertence ACI Digital, que, nos últimos anos, algumas paróquias tiraram água benta das fontes batismais durante a Quaresma, e algumas até as encheram com areia.

Akin disse que esta prática foi feita para comunicar a ideia de que este tempo de aridez espiritual é uma experiência de “deserto”, que antecede a Páscoa, na qual as pessoas se abstêm de usar o sacramental da água benta, mas esta prática não é permitida pela Igreja Católica.

A Congregação para o Culto Divino disse que a água benta só pode ser removida das fontes nos dias do Tríduo Pascal, mas apenas para preparar a bênção da água na Vigília Pascal. Esta prática é feita nos dias em que a eucaristia não é celebrada; ou seja, sexta-feira e sábado santo.

Esclareceu que "não é permitido retirar Água Benta das fontes durante o tempo da Quaresma" por dois motivos:

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“A legislação litúrgica vigente não prevê esta inovação, que além de ser praeter legem [fora da lei] é contrária a uma compreensão equilibrada do tempo da Quaresma, que, embora seja verdadeiramente um tempo de penitência, é também um tempo rico no simbolismo da água e do Batismo, constantemente evocado nos textos litúrgicos”.

A a Igreja exorta os fiéis a "fazer uso frequente dos sacramentos e sacramentais" o tempo todo, incluindo a Quaresma. “O 'jejum' e a 'abstinência' que os fiéis abraçam neste momento não se estendem à abstenção dos sacramentos ou dos sacramentais da Igreja”, disse.

Durante a pandemia de covid-19, igrejas em todo o mundo retiraram água benta de suas fontes para prevenir o contágio do vírus. Muitas delas não voltaram a ter água benta.

6. Cobrir cruzes e estátuas com véus antes do tempo

Segundo Akin, nos últimos anos algumas paróquias nos EUA tamparam ou removeram cruzes e estátuas no início da Quaresma. No entanto, convém lembrar que essa prática é feita a partir do quinto domingo da Quaresma, que é o domingo anterior ao Domingo de Ramos, data que dá início à Semana Santa.

Segundo a Congregação para o Culto Divino “o costume de cobrir as cruzes e as imagens das igrejas, a partir do domingo V da Quaresma, pode ser preservado, segundo o critério da Conferência dos Bispos. As cruzes permanecem cobertas até depois da celebração da Paixão do Senhor, na Sexta-Feira Santa, e as imagens até o início da Vigília Pascal”, disse.

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