O Papa Bento XVI comprou o primeiro bônus bancário do novo Fundo Financeiro Internacional para a Imunização (IFFI) criado pelo Governo britânico para procurar vacinas que salvariam 10 milhões de vidas humanas graças à solidariedade da comunidade mundial.

O Cardeal Renato Martino, Presidente do Pontifício Conselho Justiça e Paz, foi o responsável por fazer a aquisição em nome do Santo Padre.

Conforme informou a Santa Sé, o IFFI foi "instituído pelo ministro britânico Gordon Brown seguindo o projeto apresentado no congresso organizado por ‘Justiça e Paz’ sobre ‘Pobreza e globalização: financiamento para o desenvolvimento’. A importância das obrigações se destinará diretamente à vacinação das populações mais necessitadas, em particular das criançass. As obrigações estão garantidas por diversos governos, que pagarão os juros e reembolsarão a importância no prazo de validade e podem ser compradas por qualquer pessoa (instituições, organizações e particulares)".

Em um comunicado oficial se explicou que "o gesto de Bento XVI, real e simbólico ao mesmo tempo, manifesta o pleno apoio da Santa Sé a uma iniciativa que com amplas garantias internacionais produzirá vantagens diretas e imediatas no setor das ajudas ao desenvolvimento, procurando financiamento para fins específicos e urgentes".

Graças ao fundo, "daqui até 2015, em 72 países do mundo, serão salvas 10 milhões de pessoas, entre as quais estão 5 milhões de crianças".

Fome e desnutrição são inaceitáveis no mundo atual, denuncia Santa Sé

VATICANO, 07 Nov. 06 - A Santa Sé denunciou ao Fundo para a Alimentação e a Agricultura das Nações Unidas (FAO) que "a fome e a desnutrição são inaceitáveis em um mundo que dispõe de níveis de produção, de recursos e de conhecimentos capazes de pôr fim a esta praga e suas conseqüências dramáticas".

O Arcebispo Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados, pronunciou um discurso na sede da FAO durante a 32º sessão de seu Comitê Intergovernamental para a Segurança Alimentar.

Em sua mensagem, o representante vaticano esclareceu que "não é vocação da Igreja, propor soluções políticas, econômicas ou técnicas para enfrentar os problemas da sociedade, mas em sua missão de anunciar a ‘Boa Nova a todas as nações’, sente-se particularmente próxima aos que vivem em condições de pobreza, de sofrimento e de desnutrição e quer ajudá-los com meios que lhe são próprios".

"Sempre está disposta a sustentar as pessoas que trabalham para reforçar a solidariedade internacional e promover a justiça entre os povos, sobretudo às que estão em contato direto com os povos submetidos a duras provas", indicou.

Dom Mamberti lembrou que "vencer a fome no mundo é uma tarefa que requer tempo. Apesar dos esforços da FAO, das organizações intergovernamentais e de diversas associações persistem e inclusive se agravam os obstáculos e desequilíbrios que impedem a milhões de homens e mulheres prover adequadamente sua alimentação".

"A realidade das multidões cujo direito à vida está em perigo deve continuar nos inquietando e tocar as consciências para que nosso comportamento, seja qual for nosso lugar, não contribua para agravar as desigualdades entre países ricos e países pobres", indicou.