Sob o lema "A Educação não está a serviço de nenhuma ideologia", no sábado passado foi apresentado em Valladolid a iniciativa Novillada.org, uma plataforma estatal de associações de estudantes que não assistirão às aulas da nova disciplina "Educação para a Cidadania" (EPC), por considerá-la uma "disciplina ideologizante".

"O melhor é que esta disciplina doutrinadora não afete os estudantes", afirma Pablo Paredes, porta-voz da plataforma. "Com este ato se inicia um movimento estudantil de carácter estatal que impulsionará o boicote efetivo a uma disciplina ideologizante", acrescenta.

Paredes também explicou que a EPC procura impor "um modelo social da minoria radical laicista, feminista e homossexual frente a uma maioria social que não comunga com essas colocações ideológicas radicais". "Faremos uma resistência pacífica e acolheremos nosso direito legal de não assistir a aula", precisou.

"Nenhum governo pode impor aos estudantes um modelo ideológico se de verdade quer ser tolerante com a realidade pluralista do país", aponta Paredes, que exige maior estabilidade no sistema educativo.

A organização também apresenta um vídeo no qual se escuta um jovem espanhol explicando, a maneira de resumo de seus postulados, que "em outubro de 2005, o governo do Partido Socialista aprovou uma lei de educação à qual tinham se oposto centenas de milhares de pessoas na rua. A lei incluía a imposição de uma disciplina para a doutrinação dos jovens espanhóis. Outros governos totalitários também quiseram controlar as mentes de seus jovens. Hoje, os jovens espanhóis não estão dispostos a que nos imponham como temos que pensar".

A plataforma reúne associações de estudantes da Cataluña, Valência, Castilha e Leão, Madri e Andaluzia; e esperam estendê-la às 17 comunidades autônomas.