A Santa Sé colocou a partir de hoje a disposição dos pesquisadores toda a documentação relativa ao pontificado de Pio XI, desde 6 de fevereiro de 1922 a 10 de fevereiro 1939, período que compreende a Guerra Civil espanhola, o nascimento do Nazismo na Alemanha e se avistava a Segunda guerra mundial.

O Papa João Paulo II tinha anunciado sua abertura mas foi preciso mais de um ano e meio para que uma equipe de especialistas a tornassem possível. Graças a isso, poderão-se conhecer documentos a abertura dos arquivos deste período, que engloba desde a Primeira guerra mundial às ameaças da segunda, a chegada ao poder de Mussolini, Hitler ou Stalin, a crise de 1929, as guerras coloniais, a do México, a da Espanha e as leis raciais alemãs e italianas.

Os pesquisadores terão a disposição 30 mil documentos pertencentes ao período 1922-1939, considerados "anos cruciais" pelo mesmo Prefeito do Arquivo Secreto Vaticano, Pe. Sergio Pagano, em uma entrevista publicada há alguns dias no jornal Avvenire, embora precisou que "não se encontrarão grandes exclusivas".

Entre os arquivos, poderão ser encontradas cartas e documentos para analisar por exemplo o comportamento do Papa Pio XI durante a guerra espanhola e sua relação com Francisco Franco, assim como durante o fascismo na Itália e as leis raciais contra os judeus.

Também importante será a figura do Cardeal Eugenio Pacelli, o Secretário de Estado e braço direito o Papa Pio XI e sua importante viagem aos Estados Unidos em 1936, mas sobretudo como depois se converteu em seu sucessor em março de 1939 com o nome de Pio XII.

Para as aberturas dos arquivos vaticanos, que são considerados arquivos privados do Pontífice, tem que passar um mínimo de 50 anos até um máximo de 100 anos para os documentos mais delicados ou reservados.