Em uma reunião com seu colega do México, Andrés Manuel López Obrador, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, recordou uma visita que realizou à Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, na Cidade do México, bem como o terço que um de seus filhos adquiriu lá. 

No início do diálogo virtual, Biden disse a López Obrador que "a importância do nosso relacionamento com o México é vital para uma parceria americana que temos e primordial para todos os elementos das prioridades do meu governo". 

Em seguida, o presidente dos Estados Unidos lembrou que "durante minhas visitas, pude conhecer um pouco sobre o México e seu povo, e visitei a Virgem de Guadalupe".

De fato, Joe Biden que foi educado como católico e se diz praticante, visitou a Basílica de Guadalupe, na Cidade do México, em 5 de março de 2012, quando era vice-presidente dos EUA, durante a o primeiro mandato de Barack Obama.

"Na verdade, ainda tenho o terço que meu filho levava quando faleceu", disse ele, referindo-se a Joseph "Beau" Biden, seu filho falecido em 2015 aos 49 anos devido a um tumor cerebral.

O terço mencionado por Biden foi uma lembrança da Basílica de Guadalupe comprada por Hunter, o filho mais velho do presidente, para seu irmão Beau, quem faleceu anos mais tarde.

Apesar das contínuas referências à sua fé católica, Biden tem expressado repetidamente apoio institucional por parte de sua administração à agenda do aborto e à ideologia de gênero. 

Em 22 de janeiro deste ano, apenas dois dias após iniciar seu mandato como presidente dos Estados Unidos, Biden e sua vice-presidente, Kamala Harris, comemoraram o 48º aniversário da decisão roe vs Wade, a decisão da Suprema Corte de 22 de janeiro de 1973 que legalizou o aborto em todo os Estados Unidos, expressando seu compromisso de converter o aborto legal em lei federal. 

Seis dias depois, Biden reverteu a política que seu antecessor, Donald Trump, havia restaurado e  que proibia os Estados Unidos de financiar organizações que promovem ou realizam abortos no exterior com fundos federais.

Curiosamente, a regra que impedia os Estados Unidos de financiar aborto no exterior se chamava "Política da Cidade México".

Vale recordar ainda que o próprio López Obrador, após a legalização do aborto na Argentina, tem defendido que a população mexicana vote em um referendo se o aborto deve ou não ser despenalizado. Atualmente apenas dois estados no México permitem a prática de maneira legalizada: México DF (a capital do país, governada pelo partido de López Obrador) e Oaxaca. 

Em relação às uniões homossexuais, Biden tem se mostrado favorável.
Lembramos que quando era vice-presidente de Obama, o atual mandatário "oficiou o casamento" de dois homens em sua casa e durante a campanha anunciou entre suas promessas que "promoveria os direitos e o desenvolvimento da comunidade LGBTQ+ globalmente" incluindo "liberdade de se casar". 

Em uma mensagem enviada quando Biden assumiu o governo do país, o Arcebispo de Los Angeles, Dom José Horacio Gomez, presidente da Conferência dos Bispos Católicos dos Estados Unidos (USCCB), lamentou que "nosso novo presidente esteja comprometido em seguir certas políticas que promovam males morais e ameacem a vida e a dignidade humanas, mais seriamente nas áreas de aborto, contracepção, casamento e gênero". 

"A liberdade da Igreja e a liberdade dos crentes de viver de acordo com suas consciências são de profunda preocupação", disse ele.

O arcebispo de Kansas City e presidente do Comitê de Atividades Pró-Vida da USCCB, Dom Joseph Naumann, observou em meados de fevereiro deste ano que Biden "deveria parar de se definir como um católico devoto e reconhecer que sua visão sobre o aborto é contrária aos ensinamentos da moralidade católica".

Em uma recente entrevista ao Corriere della Sera, o Papa Emérito Bento XVI (que conheceu Joe Biden quando era vice-presidente) disse que o mandatário é “pessoalmente contra o aborto”, apesar de apoiar as políticas que promovem a prática globalmente e que sobre a política de gênero “ainda não se sabe” qual é sua posição.

Uma recente decisão polêmica do novo chefe-supremo dos EUA neste sentido foi ter restaurado a permissão de que "transgêneros" (pessoas que se submeteram a uma cirurgia e civilmente mudaram o sexo biológico nos seus documentos de identificação) se unam às Forças Armadas.

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