A Argentina é pró-vida e a luta contra a legalização do aborto continuará nos tribunais e nos hospitais, afirmou Unidad Provida (Unidade Pró-vida, em tradução livre ao português), em um comunicado divulgado após o debate no Senado que aprovou o aborto.

Após 12 horas de debate no Senado, o projeto foi aprovado na madrugada de 30 de dezembro por 38 votos a favor, 29 contra, 1 abstenção e 4 ausências.

Este dia será lembrado "de agora em diante como um dos dias mais macabros da história recente", expressou em um comunicado a plataforma que reúne mais de cem organizações pró-vida.

Em razão da aprovação do projeto de morte e em resposta ao recurso de amparo por inconstitucionalidade que pode ser apresentado para contornar essa lei, a Unidad Provida convidou "os magistrados das mais altas instâncias do país" a repararem "a tremenda injustiça com a qual o Poder Legislativo pretende avançar a instâncias do Executivo e a respeitarem o espírito do nosso ordenamento jurídico”.

Enquanto isso, os profissionais de saúde foram encorajados a "lutar nos tribunais e nos hospitais, massivamente, contra o abuso de sua liberdade de consciência".

“A Argentina é pró-vida. Somos a comunidade mais numerosa, mais unida e territorialmente presente de todo o país”.

Além disso, assegurou que “a maioria celeste se lança à revolução da vida e responderá nas urnas em 2021. Aprovar o aborto foi uma traição da classe política ao povo argentino”.

“Em apenas um mês, a política mostrou a sua pior cara e confirmou na Câmara dos Deputados, primeiro, e no Senado da Nação, hoje, o descarte seletivo de pessoas por meio da legalização do aborto”, destacou a plataforma devido ao tratamento expresso que recebeu o projeto, promessa eleitoral do presidente Alberto Fernández.

“Nestas semanas, a sociedade argentina, que em sua maioria rechaça essa prática contrária aos direitos humanos essenciais, como o direito à vida, foi testemunha do comércio para o qual se deixaram arrastar os legisladores de todos os partidos políticos que deixaram suas convicções e as de seus representados nas portas do Congresso e cederam à pressão de certos dirigentes políticos, aos milhões de laboratórios e organismos internacionais interessados ​​em lucrar com a morte e o sofrimento das mulheres e a um lobby que não para de comprar vontades”.

“Hoje a sociedade quer reconhecer os legisladores que rejeitaram este projeto nefasto de descarte e morte, e especialmente aqueles que resistiram às pressões, aos presentes, aos favores e a outras promessas estúpidas lançadas pelo poder da vez”, disse a Unidad Provida.

“O presidente (Fernández), a vice-presidente (Cristina Fernández de Kirchner), seus funcionários e parlamentares que endossaram o aborto, bem como os opositores que são cúmplices e artífices desta terrível sanção, devem saber que este novo amanhecer traz o começo do fim de suas carreiras políticas, porque ao negociar com a vida de meninos e meninas indefesos, não podem esperar nada mais que o desprezo dos argentinos de boa vontade”.

Unidad Provida garantiu que as mulheres “de todo o país, e principalmente aquelas que se encontram em dificuldades, devem saber que esta lei aprovada nunca será a solução para seus problemas, porque a cada aborto morre uma criança e se destrói o futuro da mãe”.

“Não deixem as suas vidas serem arruinadas. As organizações pró-vida não as deixaremos sozinhas”, afirmou.

Já que em outubro de 2021 serão realizadas as eleições legislativas nacionais, eleições legislativas provinciais em onze distritos, a eleição de dois gabinetes de governador, vereadores e chefes comunais, a Unidad Provida assegurou que “sentirão a força de um eleitorado que já não está cativo".

“O aborto não será lei, porque começa agora a ‘Revolução da Vida’”, concluiu Unidad Provida.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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