O Senado da Argentina dará início nesta terça-feira, 29 de dezembro, à votação do projeto de lei de legalização do aborto no país e, diante disso, bispos brasileiros convocaram os fiéis a se unirem em oração para que este projeto não seja aprovado.

No programa Oração da Manhã, da Rádio Coração Fiel, o Bispode Formosa (GO), Dom Adair José Guimarães, pediu aos ouvintes “sua oração de modo muito especial pela nação argentina, pois corre o risco de hoje, naquele país, o Senado aprovar a lei mais dura que favorece o aborto”.

O Prelado explicou que se trata de “um grande e duro golpe ao projeto de Deus que é o projeto da vida”, por isso, declarou que os cristãos “não podemos nos calar, nós precisamos dizer que o aborto é o infanticídio, é um atentado contra uma vida indefesa”.

Expressou ainda que os abortistas “deveriam pensar nisso: não foram abortados e estão aí defendendo a morte de um indefeso justamente por uma questão de egoísmo e capricho”.

“O aborto não pode ser aceito em nenhuma circunstância. É uma grande dor”, disse o Bispo, acrescentando que “todos nós, católicos, cristãos, devemos nos empenhar como pró-vidas”.

Em seguida, recordou que, embora tema da descriminalização do aborto esteja “calado” no Brasil “por enquanto”, “lá no Supremo está o projeto para aprovação do aborto através da judicialização do Supremo Tribunal Federal”. Por isso, afirmou que “nós temos que orar muito para que este projeto do aborto e o projeto da ideologia de gênero, que já foi rejeitado pela sociedade brasileira”, não siga em frente.

Dom Adair, então, advertiu que “um país que aprova o aborto acaba sendo vítima de si mesmo”. “Olhem para a situação das nações que aprovaram o aborto: tristeza, decadência da família, decadência em todos os sentidos, inclusive espiritual e moral”.

Por isso, chamou a “rezar hoje pelo povo argentino. Quem sabe, Deus vai tocar o coração daqueles parlamentares, para que não aprovem a matança das crianças, não aprovem o aborto”.

“Hoje é um dia de a gente orar, jejuar, pedir a misericórdia de Deus para que as crianças na Argentina não tenham o destino do cesto de lixo de dejetos hospitalares através do aborto. E que o Brasil também seja livre dessa peste, a peste do aborto. Que o Imaculado Coração de Maria possa triunfar sobre essas terríveis intenções de pessoas tão insensíveis”, disse.

Por fim, exortou: “Rezemos, mas rezemos com fé, porque nós cremos no poder de Deus contra as investidas do demônio, autor da morte e destruidor da vida”.

Por sua vez, o Bispo de Frederico Westphalen (RS), Dom Antônio Carlos Rossi Keller, publicou em seu Instagram um pedido para que “rezemos, e muito, para que na Argentina a defesa ‘de las dos vidas’ seja garantida”.

“Esta não é só uma questão religiosa, como pretendem demonstrar os defensores de uma pseudo laicidade do Estado. Matar um bebê não é só uma desobediência grave à Lei de Deus. É um crime contra a humanidade. Uma Sociedade que admite e protege o aborto está destinada a voltar à barbárie”, advertiu.

Instalação da cultura da morte

O projeto de legalização do aborto é uma promessa eleitoral do agora presidente Alberto Fernández. Foi elaborado pelos Ministérios da Saúde e de Mulheres, Gêneros e Diversidades em coordenação com a Secretaria Jurídica e Técnica da Presidência da República.

Chamou atenção estar avançando rapidamente, tendo sido apresentado em 17 de novembro, discutido na Câmara dos Deputados em 1º de dezembro e votado nesta casa legislativa em 11 de dezembro, com a aprovação por 131 votos contra 117. Nesta terça-feira, 29 de dezembro, terá início o debate no Senado argentino.

Além disso, conforme explicou à ACI Digital a porta-voz de Latinoamerica por las 2 vidas, Marcela Errecalde de Oliveira, este projeto foi lançado em um contexto “de crise social e econômica de raízes profundas” na Argentina.

“Temos mais de 17 anos de deriva econômica. Os últimos 8 anos concluíram com uma dívida externa de mais de 50 bilhões de dólares”, indicou, acrescentando que “a pandemia trouxe (como para todos os países)mais problemas nas áreas de produção” e “temos mais de 40 mil mortos por Covid-19, sem visibilidade de programa sanitário”.

Ou seja, indicou, “o panorama político-social-econômico é delicadíssimo”.

Marcela Errecalde advertiu ainda que “a lei de aborto na Argentina faz parte da estratégia de instalação da cultura de morte” e “não respeita fronteiras”. “É uma lei extrema de promoção de aborto com perspectiva de gênero”.

Esta lei serve, assinalou, “para pressionar todos os países da região com isenções de punibilidade para o crime do aborto, para ampliarem o acesso ao aborto, considerado como um direito”.

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Nesse sentido, a porta-voz de Latinoamerica por las 2 vidas indicou que é importante que todos os pró-vida, e não apenas os argentinos, se manifestem contra este projeto de lei, porque isso “mostra a força do nosso trabalho organizado, potente e majoritário a favor da vida e da dignidade humana”.

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