O Cardeal Christian Wiyghan Tumi foi libertado após sofrer um sequestro nas mãos de um comando armado na estrada que liga as cidades de Bamenda e Kumbo na tarde de 5 de novembro.

Dom Samuel Kleda, Bispo de Douala (Camarões), informou que o Cardeal Tumi foi libertado, mas ainda não voltou para casa.

O comando armado também sequestrou o Rei de Kumbo, o Fon de Nso, uma autoridade moral tradicional.

De acordo com vários relatos da mídia, Elie Smith, um colaborador próximo do Cardeal Tumi, soube que o responsável pelo sequestro seria o general do grupo de ambazonianos, que são separatistas conflitantes da região de Ambazonia, localizada no sudoeste de Camarões.

Uma das razões do sequestro poderia ser que o Cardeal encorajou as crianças a irem à escola.

Os ataques a professores e escolas têm sido frequentes nas últimas semanas. Na quinta-feira, 5 de novembro, um grupo de professores foi libertado após sofrer um sequestro por parte de um grupo armado.

E no dia 24 de outubro, outro grupo atacou a Escola Internacional Bilíngue Madre Francisca e 8 crianças morreram.

O Cardeal Tumi tem 90 anos. Desenvolveu seu trabalho como sacerdote, bispo e cardeal na atual diocese de Kumbo, onde lutou contra a violência e as dificuldades enfrentadas por este território situado na fronteira entre Camarões e Chade.

Além de ser uma área quase esquecida pelas autoridades centrais, e pela pobreza, há profundas divisões étnicas nesta área.

O Cardeal Christian Tumi recebeu o Prêmio Nelson Mandela em julho de 2019 por sua promoção da paz após o início da crise no norte e sudoeste de Camarões e por ter lutado contra a discriminação da minoria de língua inglesa no país, o que representa cerca de 20% da população.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.

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