Vaticano, 11 de set de 2020 às 13:41

O Papa Francisco afirmou aos profissionais de saúde que “o doente é muito mais que o protocolo”.

Em audiência concedida nesta sexta-feira, 11 de setembro, na Sala Paulo VI, do Vaticano, aos participantes do congresso mundial de Ginecologia Oncológica, o Santo Padre destacou que “quando o paciente vê sua singularidade reconhecida, aumenta a confiança na equipe médica e num horizonte positivo”.

Em seu discurso, o Santo Padre manifestou seu desejo de que esta realidade “não pode ser apenas a expressão de um ideal, mas deve encontrar cada vez mais espaço e reconhecimento dentro dos sistemas de saúde”.

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“Muitas vezes se diz que a relação, o encontro com os agentes de saúde, faz parte da cura. Que grande benefício oferece aos doentes ter a oportunidade de abrir o coração livremente e falar sobre sua condição e situação! Também a possibilidade de chorar com confiança: isso abre horizontes e contribui para a cura. Ou, pelo menos, para enfrentar bem a doença terminal”.

Neste sentido, lamentou o risco “de deixar a dimensão humana do cuidado das pessoas doentes à ‘boa vontade’ de cada médico, em vez de considerá-la como parte integrante do tratamento oferecido pelas estruturas de saúde”.

Por isso, pediu que a economia não entre no mundo da saúde "com prepotência, penalizando os aspectos essenciais como a relação com os doentes".

Além disso, elogiou “as diversas associações sem fins lucrativos que colocam os pacientes no centro, apoiando suas exigências e perguntas legítimas e também dando voz a quem, devido à fragilidade de sua condição pessoal, econômica e social, não consegue se fazer ouvir".

Destacou que “devemos dar o primeiro lugar às pessoas, neste caso as mulheres doentes, mas também, não vamos esquecer, os profissionais que trabalham em estreita colaboração com elas diariamente, para que possam trabalhar em condições adequadas. Também para que possam tirar o tempo de descanso para restabelecer as forças e assim poder seguir adiante”.

Por fim, incentivou os participantes do Congresso a divulgarem pelo mundo “os valiosos resultados de seus estudos e pesquisas, a favor das mulheres que vocês cuidam”.

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