Diante das incertezas e dificuldades dos tempos atuais, os católicos que lutam para defender a vida e a família percebem o avanço de agendas contrárias à fé por obra de agentes que se aproveitam da pandemia para promover a doutrinação na ideologia de gênero.  Para alertar sobre as tentativas de implantação deste projeto no Brasil, o arcebispo do Rio de Janeiro, Cardeal Orani João Tempesta, escreveu um artigo instando a vigiar e lutar contra este mal que compromete o futuro da humanidade.

No artigo intitulado “Ainda a questão da ideologia de gênero”, Dom Orani explica o que está por trás desse conjunto de suposições que contraria verdades científicas e de fé.

“Muitas vezes o tema volta em nossos noticiários. São muitas crises e questões que temos que administrar a cada dia. Porém, é importante estarmos atentos a algumas questões importantes que definem a nossa caminhada para o futuro. É importante deixar claro as posições diante de imposições que desfiguram a vida das pessoas e o futuro da Humanidade”, afirmou o Arcebispo.

O Cardeal Tempesta citou artigos científicos e estudos sobre o tema que definem que o ser humano nasceu com o sexo biológico definido por Deus, não somos seres neutros. “Isso tudo, por mais que se tente dizer o contrário, é uma tese, uma ideologia arquitetada nos Estados Unidos sem nenhuma base científica empírica”, afirma.

Destacando a obra do autor católico Jorge Scala “Ideologia de gênero: neototalitarismo e morte da família”, o prelado reforça que essa ideologia deseja destruir o ser humano em seu núcleo mais íntimo e, simultaneamente, acabar com a sociedade.

“Além disso, é a mais sutil porque não procura se impor pela força das armas – como, por exemplo, o marxismo e o nazismo –, mas utilizando a propaganda para mudar as mentes e os corações dos homens, sem aparente derramamento de sangue”, afirmou.

Revelando a intenção de desconstruir o ser humano e torná-lo vulnerável, o artigo de Dom Orani ressalta ainda que “quem insiste na doutrinação ideológica das crianças e adolescentes não dissemina conhecimentos científicos (...) mas trabalham, de modo incansável, como se vê, por uma ideologia contra Deus”.

O bispo cita a explicação da socióloga alemã Gabriele Kuby, que afirma que a ideologia de gênero “é a mais radical rebelião possível contra Deus. É o ser humano não aceitando que é criado homem e mulher; e por isso diz: ‘Eu decido! Esta é minha liberdade!’. Contra a experiência, contra a natureza, contra a razão, contra a ciência! É a perversão final do individualismo, roubando ao ser humano o que lhe resta da sua identidade”.

Diante de ataques que visam desestabilizar o ser humano, o cardeal norteia três caminhos: Formação, objeção de consciência e a via judicial.

“É importante ler as obras que aqui citamos e outras de igual valor sobre o tema. Só por meio de uma formação séria é possível filtrar as informações nem sempre fidedignas usadas pelos ideólogos de gênero contra a vida e a família tal como sonhada por Deus para a Humanidade”.

Para os professores ou pais que vejam o incentivo para ensinar ou deixar os filhos participarem de disciplinas cujo material didático verse sobre esse conteúdo, o cardeal indica que eles devem alegar a objeção de consciência.

“Entende-se por objeção de consciência qualquer tipo de resistência à autoridade pública por motivos íntimos, ou seja, quando o cidadão julga, de modo bem fundamentado, que as determinações da autoridade são injustas e, por isso, não merecem a obediência, mas, sim, oposição”, assinalou.

O prelado reforçou que o recurso à objeção de consciência assegura que ninguém pode ser, legalmente, obrigado a fazer algo contra a consciência, especialmente ferindo seus valores morais e espirituais.

Assim como já assinalou o Papa Francisco, a objeção de consciência é um direito humano e reforçou que “o professor é pessoalmente responsável pelos danos a causar no exercício das suas funções”.

“No caso de haver ilegalidade ou abuso de poder por parte de alguma autoridade, cabe impetrar contra ela um mandado de segurança, alegando ameaça de violação do direito à integridade moral da criança ou adolescente”, afirmou o purpurado assinalando a via judicial como uma opção válida para defender as famílias e proteger os menores da doutrinação ideológica em sala-de-aula.

“Eis o que, de momento, caberia dizer sobre a ideologia de gênero que sempre tenta, ora aberta, ora sorrateiramente, atacar nossas crianças e adolescentes por meios diversos. Estejamos atentos! São João Bosco, patrono da juventude, rogai por nós!”, finalizou o Cardeal Tempesta.

Leia a íntegra do artigo do Cardeal em:

http://arqrio.org/formacao/detalhes/2816/ainda-a-questao-da-ideologia-de-genero

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