Depois de obter a aprovação da Lei de Anistia em nível federal, o governo de Andrés Manuel López Obrador estaria pressionando os congressos dos diversos estados mexicanos para que validem iniciativas similares.

Em 20 de abril deste ano, o Congresso da União, órgão legislativo federal do México, aprovou a Lei de Anistia promovida por López Obrador, que determinava a libertação de vários criminosos, incluindo 12 homens que cometeram abortos no país.

Em diálogo com a ACI Prensa, agência em espanhol do grupo ACI, Marcial Padilla, diretor da plataforma pró-vida ConParticipación, denunciou que “o governo do presidente López Obrador, depois de aprovar a Lei de Anistia um pouco à força no nível federal, agora está tentando aplicá-la a todos os estados”.

O partido de López Obrador, Morena, tem maioria em ambas as câmaras do Congresso da União assim como em muitos congressos estaduais.

As leis de anistia têm sido fortemente criticadas por promover a impunidade no país.

Recentemente, o movimento Todos Unidos denunciou que essas leis permitirão "perdoar o tráfico de drogas, liberar criminosos que atacaram o patrimônio de muitas famílias e deixar as vítimas de lado, entre elas, encontram-se muitos grupos vulneráveis como as mulheres vítimas de violência”.

Para Todos Unidos, se as leis de anistia forem aprovadas nos diversos estados, "roubar, envolver-se em tráfico de drogas e atacar mulheres não será apenas perdoado, mas será justificado".

O Diretor de ConParticipación destacou que a Lei de Anistia promovida pelo governo López Obrador nos estados "não é uma lei que faz justiça, é uma lei que promove a impunidade".

"O que seria apropriado é fazer uma revisão dos processos que foram feitos de maneira inadequada, mas não é certo deixar impunes os crimes que foram corretamente sancionados", afirmou.

Uma lei como esta, advertiu, "a única coisa que vai fazer é que o público desconfie do sistema judiciário".

Além disso, ressaltou, "não só deixa um crime impune, como também vão desaparecer alguns delitos”.

"O que querem é legalizar o aborto pela porta dos fundos e fazer com que certos tipos de revoltas ou de roubos deixem de ser crimes”, indicou.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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