Patriarcas e chefes das igrejas em Jerusalém disseram em sua mensagem de Páscoa que é "nossa responsabilidade" consolar os doentes, aflitos e necessitados por causa da pandemia do COVID-19, porque Deus está na morte e no sofrimento convidando-nos a "olhar para o futuro".

"Nós, os Patriarcas e Chefes das Igrejas de Jerusalém, cumprimentamos todas as nossas comunidades e cristãos fiéis em todo o mundo com a bênção de nosso Senhor e Salvador, Cristo ressuscitado", disseram os 13 líderes cristãos da Terra Santa em uma carta enviada por ocasião da "Festa da Ressurreição", segundo informa Asia News.

Este ano, a celebração da Quaresma, da Semana Santa e da Páscoa "está rodeada por muitas perguntas, complexidades e incertezas" em todo o mundo. "Jerusalém, a cidade da Ressurreição e do túmulo vazio, está sem peregrinos e as igrejas aguardam o retorno dos fiéis, para proclamar a todos a mensagem da Páscoa e do Aleluia", assinalaram.

Também, a humanidade vive "um estado de medo, ansiedade e ambiguidade ao enfrentar a pandemia do COVID-19", cuja expansão continua aumentando e cujas consequências trouxeram "tanta perda e dor" para muitas pessoas em todos os países, acrescentaram.

No entanto, para os líderes cristãos, esta Páscoa é também um “momento de renovação da esperança, restauração e vitória sobre todas as formas de morte e destruição”, na qual “nossa missão como cristãos e seres humanos é apoiar-nos mutuamente e continuar rezando por todas as pessoas durante esta pandemia".

Nesse sentido, encorajaram a cumprir a responsabilidade, como pessoas de fé e boa vontade, de "oferecer consolo aos que sofrem" e também "restauração e cura aos doentes e assistência aos necessitados", firmes na convicção de que "nossa fraqueza humana é fortalecida pela cruz de Cristo no poder de Deus".

Para explicá-lo, citaram a segunda carta de São Paulo aos Coríntios, que afirma que “é verdade que ele foi crucificado por fraqueza, mas está vivo pelo poder de Deus. Também nós somos fracos nele, mas com ele viveremos, pelo poder de Deus para atuar entre vós".

Da mesma forma, os líderes assinalaram que "não é a primeira vez" que o mundo enfrenta uma pandemia e que o enorme "poder e a graça da Ressurreição nos oferecem esperança, cura e vitória sobre essa pandemia e todas as situações escuras".

Frente ao desafio do coronavírus para as comunidades e instituições, para a economia mundial e a saúde global, os líderes afirmaram o seguinte: “Acreditamos que nosso Deus é o Deus dos vivos e não dos mortos. A ressurreição é nossa garantia de que, mesmo no meio da morte e do sofrimento, Deus está lá e a morte de Cristo nos dá vitória”.

Além disso, assinalaram que atualmente "a Ressurreição chama nossa família humana para um tempo de renovação e um caminho para o futuro, longe da opressão, discriminação, fome e injustiça".

Os 13 líderes também convidaram todos os fiéis a lembrar e fazer lembrar a todos os que nos rodeiam que nesta Páscoa “nada impedirá que as Boas Novas da Ressurreição ecoem em Jerusalém e em qualquer outra parte do nosso mundo, mesmo que este ano não haja aleluias barulhentas. A Igreja é o Corpo de Cristo, nosso Senhor ressuscitado, e nós somos as pessoas de seu rebanho".

Por fim, pediram a todos os cristãos que se unam em todas as línguas "para proclamar o nosso Senhor ressuscitado: Cristo ressuscitou! (Al Maseeh Qam! Christos Anesti! Christos harjav i merelotz! Pikhirstof aftonf! Chris test Ressuscité! Cristo è risorto! Meshiha qam! Christos t’ensah em’ muhtan! Christus ist auferstanden!) Ressuscitou! Aleluia!”.

Os 13 líderes cristãos da Terra Santa que enviaram a carta foram os seguintes: O Patriarca Teófilo III, do Patriarcado grego-ortodoxo; o Patriarca Norhan Manougian, do Patriarcado da Igreja apostólica ortodoxa armênia; Dom Pierbattista Pizzaballa, Administrador Apostólico do Patriarcado Latino; Pe. Francesco Patton, da Custódia da Terra Santa; Dom Anba Antonius, do Patriarcado copta ortodoxo de Jerusalém; Dom Gabriel Daho, do Patriarcado sírio ortodoxo; Dom Aba Embakob, do Patriarcado etíope ortodoxo; Dom Yaser AL-Ayash, do Patriarcado melquita; Dom Mosa El-Hage, do Exarcado Maronita; Dom Souheil Dawani, da Igreja Episcopal de Jerusalém e Oriente Médio; Dom Ibrahim Sani Azar, da Igreja Evangélica Luterana da Jordânia e da Terra Santa; Pe. Ephram Samaan, do Exarcado sírio católico; e o Rev. Joseph Nersès Zabarian, do Exarcado armênio católico.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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