Milhares de peregrinos que planejavam visitar a Terra Santa tiveram que mudar seus voos e cancelar suas viagens, devido ao anúncio do governo de Israel que pede que todos os turistas estrangeiros que ingressem no país sejam colocados em quarentena por 14 dias para deter o avanço da COVID-19.

Antes da quarentena, as visitas aos lugares religiosos em Belém foram canceladas por medo do coronavírus, deixando os peregrinos na Terra Santa sem a possibilidade de visitar o lugar do nascimento de Cristo.

Jenna Drummond, estudante do Instituto de Ecologia Humana da Catholic University of America (CUA), indicou à CNA – agência em inglês do Grupo ACI – que a viagem que planejava realizar como parte de um grupo de 40 pessoas, patrocinada por sua universidade, seria sua primeira peregrinação a Israel, mas somente alguns dias antes da viagem, anunciaram que esta seria cancelada.

“Descobrimos que na quarta-feira à noite a CUA cancelou todos os estudos e as férias de primavera no exterior, por isso o grupo não sabia se isso nos incluía. Recebemos essa confirmação das suspeitas por volta das 17h na quinta-feira”, disse.

Embora a quarentena do governo israelense pretenda impedir a chegada de novos casos no país, a futura peregrina disse que ela preferiria viajar para seu próprio bem.

Drummond qualificou a notícia como "decepcionante e frustrante" e que "teria se sentido completamente segura" contra o coronavírus em Israel. Em vez disso, voltou para sua cidade natal em Nova York, localizada ao lado do epicentro do surto no estado.

"Voltar para casa provavelmente não foi a melhor opção se queriam nos proteger”, disse Drummond. Também lamentou a perda da oportunidade de visitar a Terra Santa através de uma viagem patrocinada e acessível, uma oportunidade que acha que não voltará a acontecer.

O vice-presidente e decano acadêmico da Casa de Estudos Dominicana, Pe. Thomas Petri, passou cinco dias em uma peregrinação pessoal antes de decidir retornar ao seu país.

Pe. Petri indicou à CNA que ouvir histórias sobre peregrinos presos em Tel Aviv devido a voos cancelados consolidou sua decisão de sair antes que uma nova política fosse implementada.

"Israel agora exige que todos os que ingressem no país estejam em quarentena por 14 dias e asseguram que as pessoas o cumpram", disse. "O prior do Priorado Dominicano em Jerusalém teve que assinar um documento legal que verifica que estavam cumprindo com todas as leis de quarentena”.

O sacerdote disse que, embora não tenha certeza se a quarentena é necessária para impedir a disseminação da COVID-19, podia "entender o desejo de atrasar a disseminação desse vírus".

"Israel é famoso por sua estrita segurança e preocupação com seus cidadãos, e podemos entender o porquê", acrescentou. Segundo Pe. Petri, a maioria das pessoas com quem falou sobre as medidas de quarentena, incluindo os cidadãos israelenses, considerou que a decisão foi "extrema".

Apesar de encurtar a peregrinação, que significou não ver o Getsemani, o Monte das Oliveiras, o Mar da Galileia ou Cafarnaum, Petri disse que a viagem foi “um dos dias mais belos e gratificantes de minha vida”.

"Fui renovado em meu sacerdócio, pois o Senhor deixou claro a sua proximidade e seu amor por mim e por todos os pobres pecadores", disse à CNA. O sacerdote pediu a "todos" que façam um esforço para visitar a Terra Santa, porque isso levaria a um entendimento mais profundo da fé.

Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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