Com diferentes iniciativas, a Igreja no Egito comemora os 5 anos do martírio dos 21 cristãos executados pelo Estado Islâmico na Líbia por não renunciar sua fé.

A Igreja Ortodoxa Copta do Egito inaugurou no sábado, 15 de fevereiro, um monumento aos cristãos decapitados há cinco anos na costa da Líbia, assinala Asia News.

O monumento representa Jesus de braços abertos, em um abraço simbólico às estátuas dos 21 mártires cristãos que estão ajoelhados, forma como foram decapitados pelos militantes do Estado Islâmico em uma praia de Sirte (Líbia).

O monumento foi construído em Al Our, um pequeno povoado na província de Minya (Egito), de onde provinha a maioria dos mártires. Nesta mesma cidade, há dois anos, foi inaugurada a Catedral dos Mártires da Fé e da Pátria, para lembrar os 21 cristãos e todos os que morrem por causa de sua fé.

Como parte dessa comemoração, o Bispo de Samalut, Dom H. G. Bevnotious, indicou que um museu dedicado aos mártires foi preparado, onde são exibidas informações sobre a vida das vítimas, desde o sequestro até a repatriação de seus corpos para o Egito.

Além disso, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) assinalou que o santuário dedicado aos mártires está preparando um livro, documentando os milagres atribuídos à intercessão desses 21 cristãos.

Pe. Abu Fanus disse à ACN que “existem muitos milagres atribuídos a eles” no povoado. Como exemplo, cita que uma mulher com câncer teria sido “curada depois de rezar no santuário”. "A Igreja Copta sobrevive graças ao sangue de seus filhos", acrescentou.

21 mártires cristãos na Líbia

Em 15 de fevereiro de 2015, terroristas do Estado Islâmico divulgaram um vídeo mostrando a decapitação de 21 cristãos coptas do Egito, que foram sequestrados entre dezembro e janeiro na Líbia.

No vídeo de cinco minutos intitulado “Uma mensagem assinada com sangue à nação da cruz”, pode-se ver um grupo de terroristas muçulmanos de pé junto aos 21 cristãos egípcios vestidos com roupas de cor laranja.

Um dos assassinos diz: “Povo, recentemente, viram-nos nas colinas de Sham e na terra de Dabiq, cortando cabeças que carregaram a cruz durante muito tempo, cheios de pesar contra o islã e os muçulmanos. Hoje, estamos ao sul de Roma, na terra do islã, na Líbia, enviando outra mensagem”.

No vídeo, é possível ver vários cristãos rezando antes de morrer, enquanto um de seus carrascos os chama de "cruzados".

A mãe de dois dos 21 mártires, Samuel (22 anos) e Beshoy (24 anos), assinalou à ACN que, após cinco anos do ataque, ela ainda se orgulha de ser mãe de mártires.

"Eles intercedem por mim e por seu pai no Céu", assinalou. Peço a Deus "que lhes dê luz e lhes abra os olhos para a verdade e o bem", acrescentou.

“Nossos mártires rezaram antes de morrer e era óbvio que estavam invocando Jesus. Isso é um consolo para nós e nos deixa orgulhosos. Os vinte e um tiveram a sorte de ser mártires por Cristo e nossa comunidade tem a honra de ter a custódia de seus corpos”, afirmou o irmão de Samuel e Beshoy, Basheer.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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