Neste dia 13 de fevereiro, ao completar 15 anos do falecimento de Irmã Lúcia de Jesus, uma das videntes de Fátima, a vice-postuladora de sua causa de beatificação contou que o processo é “longo” e que exige “paciência” e rigor.

Em uma entrevista à Agência Ecclesia, Ir. Ângela Coelho, vice-postuladora da causa de Ir. Lúcia diz estar “muito tranquila, porque a fama de santidade” da vidente da Fátima “é tão forte, tão intensa, que eu sei que isto é expressão do desejo de Deus de que esta mulher seja reconhecida, pela Igreja, pela fidelidade da sua vida”.

Entretanto, a vice-postuladora ressalta que, “com isto não me estou a antecipar ao juízo da própria Igreja”.

A Serva de Deus Irmã Maria Lúcia de Jesus e do Coração Imaculado (mais conhecida como Ir. Lúcia) faleceu em 13 de fevereiro de 2005, aos 97 anos, no Carmelo de Coimbra.

Três anos após sua morte, em 3 de fevereiro de 2008, o Cardeal José Saraiva Martins, então prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, anunciou, no Carmelo de Coimbra, que o Papa Bento XVI tinha aceitado os pedidos do bispo de Coimbra, Dom Albino Cleto, e de numerosos fiéis em todo o mundo, para que fosse dispensado o período canônico de espera de cinco anos para abertura do processo de beatificação da vidente, autorizando a sua antecipação.

A fase diocesana do processo foi aberta por Dom Albino Cleto, em 30 de abril de 2008, e a sua conclusão foi anunciada em 13 de janeiro de 2017. A sessão solene de encerramento do processo decorreu a 13 de fevereiro de 2017, nove anos depois do seu início e 12 anos após a morte da vidente.

Agora, indica Ir. Ângela Coelho à Agência Ecclesia, o trabalho está em uma fase “morosa e muito importante” que é a redação da ‘positio’, o relatório sobre a vivência heroica das virtudes da fé.

Conforme pontua a vice-postuladora, esse processo, “avança sempre mais devagar do que aquilo que nós gostaríamos e do que os devotos da Irmã Lúcia querem, mas é uma fase que precisa ser pensada, rezada, amadurecida”.

Após o reconhecimento das “virtudes heroicas” do candidato, este recebe o título de venerável. Em seguida, é necessária a confirmação de um milagre por sua intercessão e, então, procede-se a beatificação. Depois desta, é preciso outro milagre atribuído à intercessão do então beato para a sua canonização.

No processo de beatificação de Irmã Lúcia em sua fase diocesana, foram analisados milhares de cartas e textos, escutadas 61 testemunhas, resultado em mais de 15 mil páginas de documentação enviadas à Congregação das Causas dos Santos, no Vaticano.

De acordo com Ecclesia, dois teólogos colaboraram neste processo, em um trabalho que se soma também a tradução dos volumes ao italiano. Por isso, Ir. Ângela Coelho não acredita que esta fase possa ser encerrada em 2020 e sublinha que “é um processo que vai ser longo”.

Nesse sentido, pede “paciência” e também que as pessoas colaborem com este trabalho por meio da oração e de suas contribuições, devido aos custos financeiros.

Quanto a Ir. Lúcia, a vice-postuladora garante que os membros da equipe desse processo de beatificação estão “apaixonados” pela vidente.

Trata-se de “uma mulher incrível, com múltiplas facetas, com uma enorme profundidade de vida”, assegura, acrescentando ainda que ficou “fascinada pela sua inteligência”, pois “tem uma capacidade de escrita extraordinária, tendo estudado tão pouco”.

Para a vice-postuladora, “a Igreja não imagina o quanto somos devedores à fidelidade desta mulher” à missão que lhe foi confiada nas aparições de Nossa Senhora de Fátima na Cova da Iria, em 1917.

“É uma missão que exerce até ao final da sua vida, sempre foi a vidente de Fátima”, expressa à Agência Ecclesia.

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