Os funerais cristãos foram proibidos em algumas áreas da China à medida que o governo comunista começa a aplicar um conjunto de regulamentos repressivos nas práticas religiosas.

Segundo detalha UCA News, o governo chinês colocou em prática um conjunto de regulamentos na província oriental de Zhejiang, que proíbem os sacerdotes de participarem de cerimônias funerárias fora de um local religioso.

O governo afirma que as novas regras têm como objetivo "livrar-se dos maus costumes funerários e estabelecer uma maneira científica, civilizada e econômica de realizar funerais".

As novas regras começaram a entrar em vigor recentemente, embora tenham sido promulgadas em 1º de dezembro de 2019, assinalou um católico da Diocese de Wenzhou, em Zhejiang, à UCA News.

Os regulamentos proíbem estritamente as "atividades religiosas fora de locais religiosos, por isso o sacerdote não poderá realizar orações funerárias fora da igreja", comentou.

Huang Jian, também de Wenzhou, assinalou que os sacerdotes poderão visitar as casas dos fiéis, mas não poderão realizar cerimônias ou orações religiosas.

Pe. Guo, da paróquia de Henan, que faz parte da Igreja aberta aprovada pelo Estado, disse à UCA News que os funcionários do governo pediram que sigam estritamente os Regulamentos sobre Assuntos Religiosos.

“Caso contrário, haveria sanções. A punição poderia incluir o fechamento da igreja e o cancelamento do certificado de sacerdócio do consagrado, deixando que o sacerdote vá para casa”, disse.

Pe. Guo não negou que a situação da Igreja chinesa seja preocupante.

“Não me deixam ser sacerdote. Se não me deixam ir à Igreja, o farei clandestinamente. De todas as formas, a Igreja realmente está oprimida de uma forma muito parecida à clandestinidade. Está restrita”.  

Pe. Guo enfatizou que os comunistas celebrarão os funerais quando morram. “Por que não permitem aos católicos celebrar uma cerimônia? Isso é exatamente perseguição”, acrescentou.

Pe. Peter Lee, outro membro da Igreja aberta no leste de Shandong, disse à UCA News que as instruções do governo não chegaram até essa área do país.

“Continuo realizando sacramentos nas casas dos fiéis. Anteontem, acompanhei o cortejo de um membro da Igreja de sua casa até o cemitério. Ninguém o bloqueou”, disse à UCA News, em 30 de janeiro.

“Como sacerdote, precisamos acompanhar os membros da Igreja para que sintam como todos somos parte de uma família. Particularmente, os batizados e os funerais são muito importantes para as famílias”.

Zhang Haomin, líder da paróquia de Cangzhou, na província de Hebei, disse que não recebeu nenhuma notificação do governo, "por isso, tudo continuará como sempre".

“O governo agora exige que a sociedade simplifique os funerais. As cerimônias fúnebres que a nossa igreja realiza são simples, não queimam papel e não contaminam o meio ambiente”, disse.

A China proibiu os funerais, enterros e outras atividades relacionadas aos corpos de vítimas do coronavírus que se originou em Wuhan, na província de Hubei.

Publicado originalmente em ACI Prensa. Traduzido e adaptado por Nathália Queiroz.

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