Diversos líderes católicos na África responderam à execução de 11 cristãos nigerianos nas mãos de um grupo terrorista afiliado ao Estado Islâmico, divulgada em 26 de dezembro. Para o Cardeal Robert Sarah, Prefeito da Congregação para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, eles são "mártires".

Em 28 de dezembro, através de sua conta no Twitter, o Cardeal Sarah disse que, “na Nigéria, o assassinato de onze cristãos por islâmicos loucos é uma lembrança de quantos dos meus irmãos africanos em Cristo vivem a fé com o risco de suas próprias vidas".

“Esses batizados são mártires. Não traíram o Evangelho”, acrescentou.

Por sua parte, Pe. Benjamin Achi disse à ACI África, em 28 de dezembro, que "acordamos um dia depois do Natal com as terríveis notícias da horrível decapitação dos cristãos reféns dos terroristas do Estado Islâmico".

Pe. Achi é diretor de comunicações da diocese nigeriana de Enugu, onde o sequestro de sacerdotes aumentou nos últimos meses.

O Estado Islâmico disse que os assassinatos divulgados em 26 de dezembro foram uma vingança pelas mortes do "califa" do grupo terrorista Abu Bakr al-Baghdadi, além de outros líderes.

Para o sacerdote nigeriano, "este último evento dá sérias razões para se preocupar, especialmente diante da última medida do governo federal da Nigéria de abrir as fronteiras do país a quem desejar, de qualquer parte do continente, para vir sem vistos ou documentos apropriados".

O sacerdote se referiu, assim, ao novo regulamento de vistos na Nigéria, que facilita a entrada de africanos no país. Os regulamentos têm sido amplamente criticados na Nigéria.

"Estamos realmente preocupados que esta decisão facilite a chegada de mais desses terroristas de outras partes da África à Nigéria", disse Pe. Achi.

O Arcebispo de Abuja (Nigéria), Dom Ignatius Kaigama, vê as execuções do Estado Islâmico no Natal como parte de um esforço contínuo para promover o antagonismo entre cristãos e muçulmanos no país e na região.

"Estão tentando criar uma situação de guerra", disse Dom Kaigama à Rádio Vaticano.

"Querem ver muçulmanos e cristãos brigando", acrescentou.

Para Dom Kaigama, os membros do Estado Islâmico esperam que, no meio da confusão, eles possam "ter a melhor mão e ser capazes de destruir os cristãos, tomar o país e até os países vizinhos".

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