Um sacerdote católico da Carolina do Sul, nos Estados Unidos, negou a Eucaristia ao pré-candidato presidencial Joe Biden, devido à sua postura a favor do aborto legal.

Biden foi vice-presidente dos Estados Unidos durante os dois mandatos de Barack Obama e, atualmente, é um dos pré-candidatos favoritos do Partido Democrata para enfrentar Donald Trump.

Foi Pe. Robert Morey, pároco de St. Anthony Catholic Church, na Diocese de Charleston (Carolina do Sul), que negou a comunhão no domingo, 27 de outubro, a Biden, segundo informou ‘Florence Morning News’, na segunda-feira.

"Lamentavelmente, no domingo passado, tive que recusar a Sagrada Comunhão ao ex-vice-presidente Joe Biden", disse Pe. Morey em um comunicado enviado à CNA – agência em inglês do Grupo ACI – na segunda-feira, 28 de outubro.

“A Sagrada Comunhão significa que somos um com Deus, entre nós e com a Igreja. Nossas ações deveriam refletir isso. Qualquer figura pública que defenda o aborto é colocada fora do ensinamento da Igreja”, acrescentou o sacerdote.

Segundo ‘Florence Morning News’, Pe. Morey foi advogado durante 14 anos antes de se tornar sacerdote, praticou a advocacia na Carolina do Norte e trabalhou por sete anos na Agência de Proteção Ambiental e no Departamento de Energia dos Estados Unidos.

Biden, também ex-senador de Delaware, estava em campanha na Carolina do Sul no fim de semana, informou ‘Associated Press’.

O cânon 915 do Código de Direito Canônico declara que: “Não sejam admitidos à sagrada comunhão os excomungados e os interditos, depois da aplicação ou declaração da pena, e outros que obstinadamente perseverem em pecado grave manifesto".

O então Cardeal Joseph Ratzinger escreveu um memorando aos bispos dos Estados Unidos em 2004 para explicar a aplicação da lei canônica 915 à recepção da Sagrada Comunhão.

O memorando declara que “o ministro da Sagrada Comunhão pode se encontrar na situação em que deve recusar distribuir a Sagrada Comunhão a alguém, como nos casos de uma excomunhão declarada, uma interdição declarada ou uma persistência obstinada em pecado grave manifesto”.

O caso de um “político católico” que faz “campanha e vota sistematicamente por leis permissivas de aborto e eutanásia” seria culpado “quando a cooperação formal” é “manifesta”.

Em tais casos, “seu pároco deveria se reunir com ele, instrui-lo sobre os ensinamentos da Igreja, informando-o que não deve se apresentar à Sagrada Comunhão até que leve ao fim a situação objetiva de pecado, e advertindo-o que de outra maneiro lhe será negada a Eucaristia”, escreveu o Cardeal Ratzinger, hoje Bento XVI.

Indicou que que, quando o indivíduo persevera em um pecado grave e ainda se apresenta à Sagrada Comunhão, “o ministro da Sagrada Comunhão deve recusar a distribui-la”.

“Como sacerdote, é minha responsabilidade ministrar às almas encomendadas ao meu cuidado, e devo fazê-lo inclusive nas situações mais difíceis”, disse Pe. Morey.

Embora não apoie o financiamento do aborto através de impostos, tanto como outros pré-candidatos presidenciais, a plataforma de campanha de Biden buscaria “codificar” a decisão Roe vs. Wade, ou seja, converter o suposto direito das mulheres ao aborto em uma lei federal.

Em um evento de Planned Parenthood neste verão, Biden prometeu “eliminar todas as mudanças que este presidente (Donald Trump) fez” aos programas de planejamento familiar, segundo POLITICO, e disse que aumentaria o financiamento de Planned Parenthood, a maior provedora de aborto do país.

“Manterei o Sr. Biden em minhas orações”, concluiu a declaração de Pe. Morey.

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