O Papa Francisco agradeceu o gesto de ternura da seleção italiana de futebol que visitou o hospital pediátrico Bambino Gesú, ao qual doaram uma máquina para colaborar com o tratamento oncológico no local.

Assim indicou o Santo Padre ao receber, no domingo, 13 de outubro, no Vaticano, a delegação liderada pelo presidente da FIGC, Gabriele Gravina, que entregou ao Papa a camisa verde com a qual a Itália jogou no sábado vencendo a Grécia por 2 a 0 e se classificou para a Eurocopa de 2020.

A seleção italiana visitou o hospital pediátrico na quinta-feira e doou um aparelho que permite quantificar as células tumorais no sangue. Também garantiram que buscam ser um exemplo de valores no esporte.

“Estiveram com as crianças (do Hospital Bambino Gesú); eu sei, e lá brotou esta ternura que todos temos, mas que muitas vezes escondemos, está escondida por dentro. Mas a ternura sempre aparece quando temos uma criança à nossa frente, não é?”, disse o Pontífice.

“Enquanto entrava, vi à esquerda um quadro, uma fantasia sobre a criação do mundo. Quando saírem, olhem-no. São as mãos de Deus que fazem uma criança nascer. O artista pensou que cada nascimento é uma criação. Sempre é uma criação, mesmo nos momentos em que a criação não sai perfeita e há crianças que sofrem, como viram durante a visita, e vocês também conhecem o 'abc', como uma cruz na família, às vezes”, continuou Francisco.

“Mas são as mãos da ternura. Na linguagem para entender uma criança e aproximar-se dela, sempre há ternura. A única coisa que a criança entende e nós, diante de uma criança, começamos a entender: a linguagem da ternura. Sei que estiveram lá com eles. Obrigado por este gesto terno. Obrigado”.

O Santo Padre recordou Dom Bosco, que dizia que com uma bola era possível atrair as crianças para evangelizá-las e contou uma lembrança de sua infância.

“Lembro que havia uma pequena praça a poucos metros da minha casa. Lá jogávamos, mas nem sempre tínhamos uma bola disponível, porque a bola era de couro, era muito cara. Ainda não havia plástico, ainda não havia bolas de borracha. Havia uma bola de pano. Mesmo com uma bola de pano, realizam-se milagres. E as crianças de Moçambique, quando estive lá, me trouxeram uma bola de pano. Eles jogam assim. É importante ter uma bola lá, de qualquer maneira, porque eles vão atrás dela”, contou o Papa Francisco.

Em seguida, o Pontífice indicou que "existe um filme argentino chamado ‘Bola de pano’, que mostra a ‘mística’ do que você (presidente da FIGC) disse, também com uma bola de pano. Um filme talvez dos anos 40, bem feito, muito bonito, poético”.

“E obrigado, muito obrigado por este gesto, este gesto de grandes homens capazes de ternura, de se aproximar de uma criança. Talvez mais de um de vocês depois, quando estava sozinho, chorou. Com certeza foi assim. A ternura sempre nos trai!”, continuou.

“A gente faz um gesto de ternura e depois chora em segredo, porque é assim! A vida é assim. Muito obrigado. São gestos que fazem o bem, são gestos que dão saúde, dão saúde”, concluiu o Papa.

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