O Papa Francisco plantou uma árvore de Assis nos jardins do Vaticano, nesta sexta-feira,  4 de outubro, memória litúrgica de São Francisco de Assis, junto com o Cardeal brasileiro Cláudio Hummes, relator geral da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos sobre a Amazônia, que acontecerá de 6 a 27 de outubro.

O Santo Padre fez esse gesto ao concluir a celebração do "Tempo da Criação", uma celebração anual de oração e ação pela proteção do meio ambiente, à qual se somam os cristãos de todas as confissões e numerosos líderes religiosos, que começou em 1º de setembro e terminou em 4 de outubro.

Segundo indicaram os organizadores, esta celebração no Vaticano tinha como objetivo ser "um momento de oração" no qual se consagrou o Sínodo da Amazônia a São Francisco de Assis. “Na véspera do Sínodo da Amazônia, ‘cuja integridade está seriamente ameaçada’, pedimos que nos consagremos à intercessão de São Francisco nesta oportunidade de caminhar juntos na igreja”, assinalaram.

A cerimônia durou pouco mais de uma hora e ocorreu nos jardins do Vaticano com a participação do Papa Francisco, de alguns cardeais, diversos frades franciscanos, leigos e religiosas que trabalham na Rede Eclesial Pan-amazônica (REPAM) e representantes de povos indígenas da Amazônia.

Em concreto, os representantes dos povos indígenas eram do Brasil e do Peru, usavam trajes tradicionais e estão em Roma para fazer parte da iniciativa “Amazônia: Casa Comum”, que ocorrerá durante o período sinodal. Durante a cerimônia, fizeram um "gesto simbólico" de acordo com suas tradições, que não foi explicado, e entregaram ao Papa algumas oferendas.

Entre os Purpurados presentes estava o Prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, Cardeal Peter Turkson, que recordou o convite do Papa Francisco para "cuidar de nossa casa comum" na Carta Encíclica Laudato Si’, que aborda "a crise ecológica atual, tanto natural como humana”.

“A lição aqui é simples: o caos com a Palavra de Deus se torna cosmos. Pelo contrário, o Cosmos sem a Palavra de Deus se torna um caos!”, disse o Cardeal Turkson.

Por sua parte, o Cardeal Cláudio Hummes, Arcebispo Emérito de São Paulo (Brasil) e presidente da Rede Eclesiástica Pan-amazônica (REPAM), refletiu sobre “o papel de São Francisco como modelo e padroeiro do Sínodo da Amazônia”.

Nesta linha, o Cardeal Hummes destacou a importância da “evangelização, dos povos indígenas e da floresta amazônica” e lembrou que o Papa Francisco escolheu seu nome porque o Santo de Assis era “pobre, paz e cuidado da criação”, assim como o anúncio deste Sínodo que se centra na "evangelização, nos povos indígenas e na floresta amazônica, complementa e atualiza a mensagem de São Francisco de Assis".

Antes do momento em que o Papa Francisco plantou a árvore de Assis junto com o Cardeal Hummes e dois representantes indígenas – um homem e uma mulher –, realizou-se outro gesto simbólico, no qual várias pessoas depositaram um pouco de terra de lugares diferentes para recordar: a Amazônia “rica em cultura”; a terra "banhada pelo sangue dos mártires que deram suas vidas diante dos saques"; terra de "milhões de refugiados e migrantes" em todo o mundo; terra que "tem sede de justiça e paz"; terra de “projetos de desenvolvimento sustentável no mundo”; terra de "milhões de mulheres, homens e crianças que são vítimas de exploração econômica e sexual"; terra de "jovens que saíram às ruas para se manifestar pela nossa casa comum"; e terra procedente do Santuário do Despojamento de Assis, que foi "pisada por São Francisco quando jovem durante sua conversão e por peregrinos ao longo dos séculos".

Posteriormente, o Santo Padre plantou a árvore de Assis e neste momento foi acompanhado musicalmente pelo cântico das criaturas de São Francisco.

No final, o Papa Francisco rezou a oração do Pai Nosso e não pronunciou o discurso que estava previsto para a cerimônia.

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