Durante a guerra na Síria, Igrejas e lugares de culto cristãos foram alvos de “ataques deliberados”, sendo destruídos ou danificados, tanto por parte das forças governamentais quanto por grupos terroristas.

Os dados são de um relatório da Rede Síria dos Direitos Humanos, divulgados na última semana, segundo a qual, ao menos “124 lugares de culto” cristãos foram atacados propositalmente.

A organização assinala que tanto as forças governamentais como os diversos grupos terroristas que se têm digladiado nesta guerra que já se arrasta há mais de oito anos têm responsabilidades diretas nesta situação.

Como exemplo desses ataques, a instituição recorda a destruição do antigo mosteiro de Mar Elian, em Al-Qaryatain, na província de Homs.

Além disso, ocorre a utilização indevida de lugares de culto para fins militares. Segundo a Rede Síria dos Direitos Humanos, pelo menos 11 templos foram transformados em quartéis ou unidades administrativas a serviço das forças em combate.

Por sua vez, a Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) aponta para um número superior de lugares de culto destruídos ou vandalizados durante esses anos, pois, segundo informações recolhidas para ACN, mais de duas centenas de igrejas e edifícios paroquiais foram danificados ou destruídos durante a guerra.

Entretanto, assinala a Fundação Pontifícia, “estes dados não podem ser apresentados sem se referir, também, os ataques que se verificaram contra as localidades predominantemente cristãs”.

Neste sentido, além das igrejas e edifícios paroquiais danificados, é necessário referir que mais de 6 mil casas pertencentes a famílias cristãs foram destruídas, como resultado do conflito armado.

A guerra na Síria provocou ainda uma crise humanitária de proporções gigantescas. Estima-se que mais de 400 mil pessoas tenham morrido, segundo dados da ONU. Além disso, mais de 5,5 milhões de sírios fugiram do país e cerca de 6 milhões se encontram deslocados internamente.

Por outro lado, como alerta o mais recente Relatório sobre a Liberdade Religiosa no Mundo, publicado no final do ano passado pela Fundação ACN, há também um número considerável de cristãos desaparecidos, com destaque, por exemplo, para o sacerdote jesuíta italiano Pe. Paolo Dall’Oglio, o Arcebispo ortodoxo sírio de Aleppo, Dom Gregorios Yohanna Ibrahim, o Arcebispo ortodoxo grego de Aleppo, Dom Paul Yazigi, o sacerdote católico armênio Pe. Michel Kayyal, e o sacerdote ortodoxo grego Pe. Maher Mahfouz.

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