O relicário com os restos mortais do Beato Bartolomeu dos Mártires foi roubado na tarde de terça-feira, 11 de junho, da Igreja de São Domingos, em Viana do Castelo (Portugal).

De acordo com a imprensa portuguesa, o caso aconteceu por volta das 16h30 e a Polícia de Segurança Pública Portuguesa (PSP) foi acionada, mas, por se tratar de uma peça de arte sacra, ficou sob responsabilidade da Polícia Judiciária de Braga.

Para o Bispo de Viana do Castelo, Dom Anacleto Oliveira, este roubo é um “atentado à sensibilidade” dos católicos. Em entrevista à Agência Ecclesia, do episcopado português, o Prelado lamentou o ocorrido é expressou a necessidade de descobrir “quem, o porquê e com que fim foi feito o roubo do relicário”.

“É mais uma ofensa à Igreja do que à figura de tão insigne” bispo, disse o Prelado, segundo o qual, os católicos da região têm uma “veneração muito grande” pelo arcebispo português do século XVI.

Por sua vez, o pároco de São Domingos, Pe. Vasco Gonçalves, assinalou que o “dourado do relicário deve ter encantado” quem cometeu o ato.

Em declarações ao site ‘Correio da Manhã’, o sacerdote disse que o relicário roubado “não tem valor comercial nenhum”, porém, ressaltou que “para nós é um tesouro que nos roubaram pela devoção que temos ao Frei Bartolomeu”.

Conforme recorda o mesmo site, já na segunda-feira à tarde, a mesma igreja havia sofrido uma tentativa de assalto. “Usaram a espada da imagem de Nossa Senhora das Dores e tentaram arrombar a caixa de esmolas”, contou o pároco.

Beato Bartolomeu dos Mártires

O Beato Bartolomeu dos Mártires nasceu em Lisboa, em 3 de maio de 1514, e entrou na Ordem Dominicana em 11 de novembro de 1528. Em 1559, foi nomeado arcebispo de Braga, sendo responsável pelo território que hoje compreende as dioceses de Braga, Viana do Castelo, Bragança-Miranda e Vila Real.

Em Viana do Castelo, onde morreu em 16 de julho de 1590, ficou conhecido por ter mandado construir o Convento de Santa Cruz – depois designado de São Domingos, tal como a igreja contígua –, e, sobretudo, pela sua dedicação aos pobres.

Sempre foi considerado pelo povo como “arcebispo santo, pai dos pobres e dos enfermos”. Além disso, em vida, insistiu que seus restos mortais fossem depositados no Convento de São Domingos que ele próprio mandou construir e onde se recolheu até à sua morte.

Foi declarado venerável em 23 de março de 1845, pelo Papa Gregório XVI, e beato em 4 de novembro de 2001, por João Paulo II.

Em 2016, indica a Agência Ecclesia o Papa Francisco autorizou a ‘canonização equipolente’ de Frei Bartolomeu dos Mártires, isto é, sem necessidade de um novo milagre atribuído à intercessão do futuro santo português.

O Bispo de Viana do Castelo, Dom Anacleto Oliveira, afirmou ter indicações que a canonização “está para muito breve”.

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