O Arcebispo de San Juan de Cuyo, Dom Jorge Lozano, e os Advogados pela Vida dessa província na Argentina expressaram sua tristeza e indignação pelo aborto praticado a uma menina de 11 anos e pediram que as pessoas não sejam indiferentes diante deste drama.

O aborto desta menina foi o episódio final de uma história na qual a gravidez foi o resultado de diversos estupros cometidos por seu padrasto. Foram as professoras da menina que perceberam que ela estava grávida.

A mãe da menina se recusou a denunciar o parceiro e foi presa com ele, já a irmã, de cinco anos de idade, ficou sob custódia da Direção da Infância de San Juan.

O aborto praticado na menina que estava na 19ª semana de gestação foi realizado no Hospital Dr. Guillermo Rawson, procedimento permitido de acordo com a legislação de aborto não punível por estupro.

Através de uma mensagem, o Arcebispo de San Juan de Cuyo expressou que o estupro e o abuso "são experiências de horror que devem nos questionar como sociedade".

"Um drama deste tipo não pode ser resolvido com outro drama. O direito pisoteado da menina grávida não se restitui vulnerando o direito à vida do nascituro. Acontecimentos dessa magnitude merecem serenidade e consideração, porque está em jogo a vida de seres humanos”, acrescentou.

Nesse sentido, disse que esperam "que o Estado e aqueles que têm o dever de fazê-lo, assim como agiram rapidamente diante deste acontecimento, possam agir da mesma maneira condenando o suposto estuprador e também aqueles que acobertaram este fato assombroso”.

"Entendemos que temos que cuidar das duas vidas, sempre. Porque toda vida vale", disse Dom Lozano.

Enquanto isso, a associação civil Advogados pela Vida San Juan condenou "veementemente" o aborto praticado à menina. "Tal procedimento realizado de forma irregular e arbitrária, aniquilou o direito à vida, à integridade física e à saúde do nascituro, assim como também colocou em risco desnecessário à menina vítima de tantas humilhações”.

Os advogados explicaram que aqueles que solicitaram e ordenaram a prática "violaram tanto a nossa Constituição Nacional e Provincial, como tratados de hierarquia constitucionais e demais leis vigentes, integrantes de um bloco jurídico que reconhecem e resguardam a vida desde a concepção”.

Nesse sentido, os profissionais asseguraram que "deveriam proteger e resguardar totalmente o direito à vida, à integridade física e à saúde de ambas as crianças, ou seja, tanto a da menina vítima de abuso, como a do nascituro. Não existe coalisão de direitos, ambos são iguais, conforme estabelece a Convenção dos Direitos da Criança”.

Por esta razão, exigiram "aos poderes públicos que, no momento de decidir, levem em consideração todos os habitantes de San Juan, inclusive aqueles que ainda não nasceram, respeitando os direitos mais básicos e fundamentais”.

Ao concluir, os Advogados pela Vida de San Juan se juntaram ao chamado à comunidade "para não ficarem indiferentes diante dos ataques sofridos pelos mais fracos. Toda a vida vale a pena!".

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