O dinheiro obtido com o leilão do Lamborghini do Papa Francisco em 2018 irá financiar dois novos projetos de apoio às famílias cristãs e membros de outras minorias que regressaram a suas casas na Planície de Nínive, no Iraque.

A Fundação Pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (ACN) informou que usará 200 mil euros obtidos no leilão para a reconstrução de um jardim-de-infância e um centro paroquial polivalente, que foram destruídos durante a invasão do Estado Islâmico na região.

Em novembro de 2017, o Papa Francisco ganhou um Lamborghini Huracán e decidiu realizar um leilão do automóvel para doar os recursos arrecadados para projetos de ajuda aos cristãos no Iraque e aos pobres na África e em outras regiões do mundo.

O leilão ocorreu em maio de 2018 e, segundo a responsável, casa Sotheby's, foram arrecadados 715 mil euros, pouco mais de 854 mil dólares. Deste total, 70% foi destinado à Fundação ACN para projetos realizados com os cristãos no Iraque, e 30% aos grupos Amici per il Centrafrica Onlus, Groupe Internacional Chirurgiens Amis de la Main (GICAM) e Associação Comunidade Papa João XXIII, que ajudam pessoas pobres na África e em outras regiões do mundo.

Estes dois projetos anunciados pela Fundação ACN que serão beneficiados com os recursos do leilão estão situados em Bashiqa, a cerca de 30 quilômetros de Mossul, e vão beneficiar diretamente a comunidade cristã, mas também os membros de outras minorias existentes na região. Em comum, têm ainda o fato de ostentarem o nome “Virgem Maria”.

Conforme explica a Fundação Pontifícia, o centro paroquial, por exemplo, será polivalente permitindo a realização de casamentos e festas religiosas para os mais de 30 mil habitantes locais que pertencem a diferentes grupos étnicos e religiosos.

Este projeto se soma a atuação da Fundação ACN no apoio à comunidade cristã e no seu regresso a casa após anos de tormenta que se seguiram à ocupação do território pelo Estado Islâmico.

A entidade assinala que, dois anos depois da libertação da Planície de Nínive, o número de cristãos que regressaram a suas casas até o último dia 11 de janeiro era de 9.108 famílias, o que significa quase 46% das 19.832 que viviam na região em 2014, antes da chegada dos jihadistas.

Segundo a ACN, até o momento puderam reparar e reconstruir 41% das 14.035 casas destruídas ou danificadas pelos terroristas e isso tem sido possível por causa da generosidade de seus benfeitores.

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