Um tribunal federal decidiu que a Universidade de Iowa (Estados Unidos) estava errada em retirar o status de organização estudantil registrada de um grupo cristão, por não concordar com as regras impostas por esta organização aos seus líderes estudantis.

No outono de 2017, a Universidade de Iowa retirou de seu campus o Business Leaders in Christ (BLinC), apenas porque o grupo exigia que seus líderes afirmassem suas crenças na fé e estilo de vida cristão.

A juíza da Corte Distrital dos Estados Unidos, Stephanie Rose, disse que a universidade havia cometido discriminação religiosa em sua forma de aplicar a Política de Direitos Humanos às Organizações de Estudantes Registradas.

"A Constituição não tolera a maneira pela qual (a Universidade) escolheu aplicar a Política de Direitos Humanos. Particularmente quando se trata de liberdade de expressão, a aplicação desigual de qualquer política coloca em risco o mais exigente padrão de controle judicial, que (a universidade) não foi capaz de tolerar", disse Rose.

Todos os estudantes da universidade podem se filiar à BLinC, porém, os líderes devem aceitar e respeitar os princípios do cristianismo. O grupo foi expulso do campus depois que a universidade recebeu uma queixa por causa dos requisitos para os líderes e das opiniões sobre o matrimônio.

Antes da audiência de 2 de fevereiro, a universidade disse que 32 grupos religiosos tinham sido revisados por causa de seus padrões de liderança. Entre eles estão a Associação Cristã de Estudantes Chineses, a organização muçulmana Imã Mahdi e a Associação de Estudantes Santos dos Últimos Dias.

Becket, a firma de liberdade religiosa que representa a BLinC, observou que a Universidade de Iowa permite que outros grupos, como fraternidades, escolham seus líderes com base na missão compartilhada do grupo.

O vice-presidente de Becket, Eric Baxter, disse que a decisão do juiz é uma vitória da justiça.

"Essa sentença é um triunfo da justiça básica, mas é também um apelo eloquente de civilidade na maneira como os governos tratam os norte-americanos em toda a sua diversidade. Como um organismo governamental que se rege pela Primeira Emenda, a universidade jamais deveria ‘estar bancando a favorita’, já é hora de parar com isso”, disse.

Jake Estell, um membro de BLinC, disse a Becket que estavam agradecidos pela decisão do tribunal e afirmou que os grupos religiosos no campus não podem ser atacados por causa de sua fé.

"Estamos gratos porque o tribunal protegeu nossos direitos hoje, para que tenhamos o mesmo direito de todos os grupos de estudantes de expressar nossas opiniões livremente no campus e sermos o que somos", afirmou.

Uma ação paralela contra a Universidade de Iowa ainda está pendente e o caso foi apresentado por InterVarsity Christian Fellowship depois que a universidade também retirou seu status devido aos padrões exigidos para a liderança estudantil.

InterVarsity Christian Fellowship visa criar comunidades cristãs em campi universitários. Oferece estudos bíblicos, projetos de caridade, cultos religiosos, etc.

Katrina Schrock, presidente estudantil deste grupo, destacou a importância da liberdade religiosa no campus.

"Estamos gratos por termos feito parte da comunidade universitária por 25 anos e acreditamos que a universidade tem sido um lugar mais rico por ter grupos sikh, muçulmanos, mórmons, católicos, judeus, ateus e cristãos", disse.

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