No voo de volta a Roma após participar da Jornada Mundial da Juventude Panamá 2019, o Papa Francisco afirmou que o aborto “é um fracasso” e compartilhou as palavras com as que consolou uma mulher que confessou ter abortado.

“Eu aconselho muitas vezes, quando choram e têm esta angústia, eu lhes digo que seu filho está no Céu. ‘Fala com ele, cante-lhe uma canção que você não pôde cantar’. E aí se dá uma reconciliação da mãe com o filho, com Deus que já perdoou. Deus perdoa sempre. A misericórdia é algo que faz isto”, compartilhou.

O Pontífice explicou que para a mãe que aborta “é uma misericórdia difícil, porque o problema não está em dar o perdão, o problema está em acompanhar a uma mulher que tomou consciência de ter abortado. São dramas terríveis”.

Não obstante, sublinhou que “depois de haver este fracasso, há misericórdia também”.

Ao expor sua pergunta, o jornalista recordou as palavras que pronunciou um jovem durante o Via Crucis da JMJ: “Há uma tumba que clama ao céu, e denuncia a terrível crueldade da humanidade, é a tumba que se abre no ventre das mães e arranca a vida inocente, Deus nos conceda humanizar-nos de verdade e defender com firmeza a vida, fazer que as leis que matam a vida inocente sejam apagadas para sempre”.

O jornalista quis saber se o Papa acredita que a opinião expressa por esse jovem sobre o aborto respeita o sofrimento das mulheres ante tal drama, e se isto se corresponde à mensagem de misericórdia defendida pelo Santo Padre.

Francisco, em sua resposta, recordou que “a mensagem da misericórdia é para todos, também para a pessoa humana em gestação. É para todos”.

Neste sentido, contou: “uma vez escutei uma doutora que falava de uma teoria, não recordo bem, que uma célula do feto logo que concebido vai até a medula da mãe e ali imprime uma memória física. É uma teoria, mas serve para dizer que uma mulher, quando pensa naquilo que fez, eu digo a verdade, precisa ir ao confessionário, e aí receber consolo”.

O Pontífice indicou que por essa razão “abriu a potestade de absolver o aborto por misericórdia porque muitas vezes devem encontrar-se com o filho”.

“O drama do aborto, para ser bem entendido, deve ser contado em um confessionário. É terrível”, insistiu.

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