Após a Solenidade de Todos os Santos e a comemoração de todos os fiéis defuntos, o Arcebispo de Barcelona, Cardeal Juan José Omella, publicou no domingo, 4 de novembro, sua carta semanal intitulada “Sem tempo para morrer”.

Na missiva, o Cardeal espanhol relatou “uma história que tem como protagonista um monge sobre o qual todos diziam que era um santo. Sempre estava de bom humor e sempre muito ocupado”.

“Um dia, recebeu a visita de um anjo, quando estava na cozinha lavando as panelas. O anjo lhe disse: ‘Deus me enviou para te levar para a vida eterna, chegou a tua hora’”.

“O monge lhe respondeu sorridente: ‘Agradeço a ti e a Deus por me convidar tão cedo para sua glória, mas alguns pensarão que pedi para morrer só para não lavar mais panelas. Não poderia deixar a viagem para mais tarde?’. ‘Vamos ver o que se pode fazer’, disse-lhe o anjo. E o monge continuou com sua tarefa lavando panelas, porque no convento havia poucos voluntários”.

Outro dia, “o monge estava na horta, cavando a terra, e o anjo apareceu, mas o viu tão atarefado que, sem lhe dizer nada, foi embora”.

“Os dias iam passando e nosso monge, quando não tinha panelas para lavar nem terra para cavar, costumava ir ao hospital para visitar os doentes e, quando o anjo o viu em meio a tantos enfermos, deixou-lhe tranquilo, não lhe disse nada”, continuou o Cardeal.

“Mas aquela noite, depois de voltar para o convento, o monge se sentiu velho e cansado, sem vontade de limpar as panelas, nem de cavar a terra, nem de visitar os doentes. Entrou na capela e disse ao Senhor: ‘Se queres me mandar agora o teu mensageiro, estou disposto a acompanha-lo, já não sirvo para nada’”.

Então, “o Senhor lhe disse: ‘Faça-me um pouco de companhia, há muito tempo que esperava que tivesses um momento livre para estar comigo’”.

“Que história tão bela! Com este breve relato, convido-os a rezar por nossos defuntos a fim de que o Senhor perdoe as suas faltas, que possam receber seu abraço e gozar de sua presença, na companhia de todos os entes queridos que os precederam no caminho do céu. Peço que tenham uma intenção especial por todos aqueles defuntos pelos quais ninguém reza”, escreveu o Arcebispo de Barcelona.

Para concluir, o Cardeal incentivou os fiéis a pedir a Deus “que não permite que percamos a confiança em seu amor de Pai e que, como o monge de nosso conto, descubramos como podemos colaborar em cada momento de nossa vida com a obra de redenção do Senhor, sobretudo, rezando”.

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