Nesta sexta-feira, 12, Solenidade de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, o candidato do PT à presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, compareceu à uma missa na diocese de Campo Limpo (SP) e lá discutiu com uma mulher, discursou para os fiéis na escadaria da igreja e recebeu o apoio explícito do celebrante em um comício após a celebração, o que suscitou críticas de católicos nas redes sociais e segundo o analista político Bernardo Pires Kuster, poderia ser configurado como crime eleitoral.

Segundo reporta o Estadão em sua edição online na tarde de hoje: “O candidato à Presidência da República pelo PT, Fernando Haddad, discutiu com uma mulher dentro de uma igreja católica na zona sul de São Paulo, nesta sexta-feira, 12. Após participar de uma missa na paróquia Santos Mártires, no Jardim Ângela, o candidato foi abordado por uma mulher que disse que o petista não poderia ter participado da comunhão por ser "um abortista"”.

“"Eu sou neto de um líder religioso", respondeu o candidato e emendou: "Você deve ser ateia." A discussão foi gravada pela reportagem do Broadcast Político”, reporta o diário paulistano.

Ainda segundo o Estadão, “ao conversar com jornalistas, a mulher não quis se identificar e disse que a presença de Haddad no local era um sacrilégio. "A Igreja Católica não permite. Ele é um abortista, não tinha que estar aqui dentro".

O episódio se agravou logo após a celebração Eucarística quando Haddad na escadaria da paróquia que pertence à diocese de Campo Limpo em São Paulo, fez um discurso aos fiéis que ali se agregavam.

Segundo a reportagem do jornal O Globo, “o petista fez um rápido discurso da escadaria da igreja para os fiéis que se concentravam na rua. O candidato se comprometeu a seguir os princípios colocados pela Igreja Católica para os candidatos”.

“Preservar a vida, combater a violência, combater a corrupção, preservar o meio ambiente e garantir a democracia. Vamos fazer um pacto por esses cinco princípios que devem guiar o novo governo”, prossegue a reportagem de O Globo.

Além disso, contrariando as indicações dos bispos brasileiros para os clérigos, o sacerdote Jaime Crowe, pediu votos para o candidato do PT. O site O Antogonista, especializado em temas de política, reportou o fato, afirmando: “O padre Jaime Crowe, depois de celebrar missa com o candidato do PT, atacou Jair Bolsonaro e pediu votos para o 13: “É 13. Agora cada um de nós tem que ser um cabo eleitoral.”

Para Bernardo Pires Küster, jornalista católico e analista político, que ademais trabalhou como assessor parlamentar, fica evidente que Haddad e sua vice, Manuela D´ávila, ambos favoráveis ao aborto e à agenda da ideologia de gênero, não deveriam ter comungado e que ademais, houve crime eleitoral no episódio ocorrido na manhã de hoje na Paróquia Santos Mártires, da diocese de Campo Limpo (SP).

Consultado por ACI Digital, Bernardo afirmou que os fatos contrariam o código eleitoral no seu artigo 244 que veda manifestações políticas em frente a prédios públicos e igrejas quando em funcionamento.

Este é o texto na íntegra do artigo que cita Bernardo Pires:

Art. 244. É assegurado aos partidos políticos registrados o direito de, independentemente de licença da autoridade pública e do pagamento de qualquer contribuição:

II - instalar e fazer funcionar, normalmente, das quatorze às vinte e duas horas, nos três meses que antecederem as eleições, alto-falantes, ou amplificadores de voz, nos locais referidos, assim como em veículos seus, ou à sua disposição, em território nacional, com observância da legislação comum.

Parágrafo único. Os meios de propaganda a que se refere o nº II dêste artigo NÃO SERÃO permitidos, a menos de 200 metros:

(...) V - das escolas, bibliotecas públicas, igrejas e teatros, quando em funcionamento;

“Além de o padre incorrer em violação do código canônico, Haddad, Manuela e o PRÓPRIO padre incorreram em crime eleitoral, art. 244 do código eleitoral. Foi um ato de desrespeito à Eucaristia, aos fiéis e à legislação”, afirmou o perito.

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