O Senado dos Estados Unidos confirmou no sábado, 6 de outubro, com uma votação de 50 votos a 48, Brett Kavanaugh como juiz da Suprema Corte, uma decisão que foi recebida com entusiasmo por parte de diferentes ativistas pró-vida do país.

A votação aconteceu após várias semanas de debate sobre o juiz Kavanaugh e sua idoneidade para o cargo; e em meio a acusações contra ele por supostas más condutas sexuais que datam da década de 1980.

O juiz e sua principal acusadora, Christine Blassey Ford, compareceram diante do Comitê Judicial do Senado em 27 de setembro. Após essa audiência, o FBI redigiu um relatório que foi entregue a todos os senadores em 4 de outubro.

O relatório ajudou na decisão de três senadores republicados e um democrata, que não informaram sobre sua posição até a última hora da deliberação.

Os senadores republicanos Jeff Flake e Susan Collins, junto com o democrata Joe Manchin, votaram a favor de concluir o debate na sexta-feira, 5 de outubro, e no sábado, 6  de outubro, votaram a favor do juiz Kavanaugh; enquanto a senadora republicada Lisa Murkowski votou contra o juiz, apesar de considerar que é “um bom homem”.

Durante a votação, um grupo se manifestava contra Kavanaugh e a polícia teve que prender várias pessoas por suas ações violentas.

Após sua confirmação, Kavanaugh jurou como magistrado da Suprema Corte, um posto vitalício.

Segundo informa CNN, o presidente do tribunal John Roberts foi o encarregado de tomar o juramento. Os juízes da Suprema Corte, Rurth Bader Ginsburg, Clarence Thomas, Elena Kagan e Samuel Alito estiveram presentes durante a cerimônia privada. Kavanaugh esteve acompanhado por suas duas filhas, sua esposa e seus pais.

Com Kavanaugh, os juízes católicos da Suprema Corte são agora seis. Os outros são John Roberts, Clarence Thomas, Samuel Alito, Sonia Sotomayor e Neil Gorsuch. Este último, embora seja batizado e tenha recebida a Confirmação, participa de uma igreja episcopaliana há alguns anos.

Alguns analistas referem que, com a confirmação de Kavanaugh, poderia ser revisado o caso Roe vs Wade, a decisão que legalizou o aborto nos Estados Unidos em 1973.

Quando se teve conhecimento pela primeira vez da nomeação de Kavanaugh, a multinacional do aborto Planned Parenthood afirmou que o juiz “não é apto para servir na Suprema Corte”, porque “sua história de extremismo em matéria de direitos reprodutivos coloca em grave perigo nosso direito constitucional ao aborto, e não nos manteremos à margem”.

O entusiasmo pró-vida

Segundo informa LifeNews, Carol Tobias, presidente de The National Right to Life Committee (NRLC – Comitê Nacional para o Direito à Vida), saudou a confirmação do juiz e assinalou que “o voto é uma vitória para o juiz Kavanaugh e para o presidente, mas também para a lei: e uma vitória para todos os que acreditam que as cortes federais devem defender os direitos verdadeiramente baseados no texto e na história da Constituição”.

“A Suprema Corte dos Estados Unidos ganhou um juiz excepcional em Brett Kavanaugh. A Marcha pela Vida está grata a ele e a sua família por perseverar durante todo este difícil processo de confirmação”, disse por sua vez Jeanne Mancini, presidente de March for Life.

“A Suprema Corte tem um papel crítico na política pró-vida e a julgou por décadas. Esperamos que com seu trabalho e com o impacto de seu dedicado serviço público, o juiz Kavanaugh nos permita ter um país onde toda vida humana seja valorizada e protegida pela lei”, acrescentou.

Por outro lado, o presidente de Family Research Council, Tony Perkins, afirmou que, com a confirmação de Kavanaugh, se fez história e “se regressou a uma corte verdadeiramente constitucionalista. Muitos da esquerda não podem suportar essa realidade e, por isso, ele e sua família pagaram um preço muito alto”.

Marjorie Dannenfelser, presidente da organização Susan B. Anthony List, felicitou Kavanaugh e o presidente Donald Trump por tê-lo nomeado.

“Enquanto o juiz Kavanaugh toma seu lugar na corte mais importante do país junto com o juiz Neil Gorsuch (também nomeado por Trump), confiamos que seguirá julgamento com a mesma justiça e independência que caracterizou toda a sua carreira legal”, escreveu.

Em sua opinião, “os senadores democratas devem estar envergonhados por explorar a dor humana e o sério tema de abuso sexual para uma agenda política”. “Qualquer um que acredite que os eleitores esquecerão esta grave traição está equivocado”, acrescentou.

Do mesmo modo, a organização referiu que puderam chegar, nos últimos meses, a cerca de dois milhões de votantes e que a maioria lhes disse “que apoiam o juiz Kavanaugh. Os norte-americanos viram o vilipêndio pelo qual passou este excepcionalmente qualificado juiz. Os senadores terão que se fazer responsáveis por isso”.

Mais em

Confira também: