O Papa Francisco pronunciou em Palermo, durante sua visita à região da Sicília, sul da Itália, um duro discurso condenando a máfia e seus crimes, e voltou a advertir que não se pode pertencer à máfia e ser cristão ao mesmo tempo.

Na homilia da Missa que presidiu no Foro Itálico de Palermo, pela memória litúrgica do Beato Sacerdote Giuseppe “Pino” Puglisi, assassinado pela máfia Siciliana há 25 anos, o Santo Padre dirigiu duras palavras à máfia: “Não se pode acreditar em Deus e ser mafioso”.

“Quem é mafioso não vive como cristão, porque blasfema com a própria vida o nome de Deus-amor. Hoje temos necessidade de homens de amor, não de homens de honra; de submissão, não de opressão; mas de caminhar juntos e não viver perseguindo o poder”, sublinhou.

O Papa insistiu: “Se a ladainha mafiosa é: ‘você não sabe quem eu sou’, a oração cristã é: ‘Senhor, me ajude a amar’”.

“Por isso, aos mafiosos digo: Mudem de vida! Deixem de pensar em vós mesmos e em vosso dinheiro. Convertei-vos ao verdadeiro Deus de Jesus Cristo! De outro modo, sua vida será perdida e este será o pior dos fracassos”.

Em sua homilia, o Pontífice invocou constantemente a memória do Beato Pe. “Pino”, e destacou o poder de seu sorriso.

Francisco recordou que o Beato Pino deu sua vida por outros, e afirmou que “hoje estamos chamados a escolher de que lado estamos: ou viver para a nós mesmos ou darmos a vida. Só dando a vida se derrota o mal”.

Francisco pôs de exemplo a vida de Padre Pino: “Não vivia para ser visto, não vivia do apelido de o padre ‘anti-máfia’, e menos ainda se contentava com não simplesmente não causar nenhum mal, mas era um homem que semeava o bem”.

O Padre Pino tinha razão: “a lógica do deus-dinheiro é a uma lógica perdedora”.

“Há 25 anos, quando morreu, no dia do seu aniversário, coroou sua vitória com o sorriso, com aquele sorriso que tira o sono do seu assassino, que dizia: ‘havia uma espécie de luz naquele sorriso’”.

Como o Padre Pino, hoje “temos necessidade de muitos sacerdotes do sorriso, de cristãos do sorriso, não para que tomem as coisas à ligeira, mas porque só são ricos na alegria de Deus, porque acreditam no amor e vivem para servir. É dando a vida como se encontra a alegria, porque há mais alegria no dar que em receber”.

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