A Conferência Episcopal do Chile (CEC) enviou uma carta ao Papa Francisco na qual expressou a sua "proximidade e fidelidade" ao seu ministério em momentos em que "está recebendo ataques injustos, como consequência de decisões imprudentes e injustas imputações dos membros da própria igreja".

"Santo Padre, unimo-nos aos sofrimentos que todas estas situações lhe provocam e unimos a eles as nossas próprias dificuldades e angústias para transformá-los em um tempo de oração e penitência, conforme nos pediu em sua última carta ao Povo de Deus", assinala a missiva.

Em 25 de agosto, Dom Carlo Maria Viganò, ex-núncio nos Estados Unidos, publicou uma carta de 11 páginas assegurando que diversos sacerdotes, bispos, cardeais e inclusive o Papa Francisco sabiam dos abusos do ex-cardeal Theodore McCarrick e agiram com negligência ou o encobriram.

No caso do Papa Francisco, Dom Viganò disse que no começo do seu pontificado, em 2013, o Pontífice teria retirado as sanções supostamente impostas a McCarrick pelo seu predecessor, o atual Papa Emérito Bento XVI.

Em junho deste ano, o Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, seguindo ordens do Papa Francisco, proibiu a McCarrick de exercer o ministério público, depois que uma investigação realizada pela Arquidiocese de Nova York descobriu que uma acusação de abuso sexual a um menor era "crível e comprovada".

Em sua carta divulgada na segunda-feira, 3 de setembro, os bispos e administradores apostólicos do Chile citaram as palavras de São Paulo aos Tessalonicenses: “Para que ninguém se comova por estas tribulações; porque vós mesmos sabeis que para isto fomos ordenados”.

Além disso, recordaram o chamado do Apóstolo Tiago para ter "paciência até a vinda do Senhor. Eis que o lavrador espera o precioso fruto da terra, aguardando-o com paciência, até que receba as primeiras e as últimas chuvas”.

"Pedimos a Jesus que lhe conceda sabedoria e fortaleza para orientar o Santo Povo de Deus que o Senhor lhe confiou com a segurança e a esperança nele, que é o nosso 'Caminho, Verdade e Vida'", disseram os bispos ao Santo Padre.

Finalmente, os pastores pediram à Nossa Senhora do Carmo, Padroeira do Chile, "que seja sempre o seu apoio e conselho" e renovaram ao Pontífice "a nossa fraterna e constante fidelidade como irmãos no serviço à Santa Igreja".

A Igreja no Chile foi uma das mais atingidas pelos escândalos de abusos sexuais, o que levou, em maio de 2018, a que todos os bispos apresentassem a sua renúncia ao Papa Francisco, cinco das quais já foram aceitas.

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