O Arcebispo de Chicago, Cardeal Blase Cupich, afirmou que o Papa Francisco tem “outras coisas mais importantes” pelas quais se preocupar, após a divulgação do testemunho do ex-núncio nos Estados Unidos, Carlo Maria Viganò, que acusa o Santo Padre de encobrir as más condutas sexuais do ex-cardeal Theodore McCarrick.

Em declarações ao canal ‘NBC5’ de Chicago, o Cardeal Cupich disse que o Pontífice “tem que atender outras coisas, como falar do meio ambiente, proteger os migrantes e seguir com o trabalho da Igreja”.

Para o Cardeal Cupich, o testemunho de 11 páginas de Viganò, publicado em 25 de agosto, é uma situação complexa com muitas pontas soltas, à qual ele acredita que a Igreja não deve ingressar.

Em seu testemunho, o ex-núncio nos Estados Unidos assinala que o Papa Francisco retirou do ex-cardeal Theodore McCarrick as sanções que o Papa Emérito Bento XVI havia estabelecido. Também diz que McCarrick foi um dos que “orquestrou” a nomeação de Cupich como Arcebispo de Chicago em 2014.

O Papa Francisco aceitou a renúncia de McCarrick ao colégio de cardeais no final de julho deste ano, após ser revelada uma série de más condutas sexuais com menores, seminaristas e sacerdotes do Arcebispo Emérito de Washington.

O Arcebispo de Chicago rechaçou as acusações da participação de McCarrick em sua nomeação em 2014, ressaltou o compromisso do Papa Francisco na luta contra os abusos e denunciou que o racismo pode ter influenciado nas acusações que Viganò fez contra o Papa.

“Francamente, alguns não gostam do Papa porque é latina”, ressaltou Cupich sobre Francisco, que nasceu na Argentina há 81 anos, filho de imigrantes italianos.

Na semana passada, a procuradora geral do estado de Illinois, Lisa Madigan, disse que a Igreja Católica “tem a obrigação moral de proporcionar a seus fiéis e ao público em geral um relato completo das más condutas que envolvem sacerdotes”.

Os seis bispos do estado de Illinois, onde está a cidade de Chicago, disseram estar de acordo para colaborar na realização deste relatório.

O Cardeal Cupich indicou também que o tema do abuso sexual infantil “não se refere apenas à Igreja Católica. Olhemos todas as agências e instituições que cuidam de crianças diariamente”.

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