Mais de 600 mil pessoas se reuniram no sábado, 4 de agosto, no Obelisco de Buenos Aires (Argentina) para participar na manifestação "Pelas duas vidas" e contra o aborto legal, convocada pela Aliança Cristã de Igrejas Evangélicas (Aciera).

O evento contou com alguns artistas, lenços azuis e pronunciamento de frases como "Salvemos as duas vidas", "Jesus é o caminho" e "Se vota pelo aborto, eu não vou votar em você".

A manifestação dos fiéis evangélicos foi a mais multitudinária até o momento, na qual os católicos se uniram ao lema e gritaram novamente "Toda vida vale".

Em um palco com um telão se apresentaram bandas evangélicas de rock, pop e folclore. Durante as apresentações musicais, convidaram a tirar "selfie", cantaram o hino nacional e rezaram pelas famílias, pelos senadores, pelos nascituros e pelas mães que estão em crise.

Na rua, o público cantava e rezava com os braços erguidos. Havia famílias, mas sobretudo muitos jovens.

Há mais de 16 mil igrejas evangélicas no país. Dessas, 15 mil pertencem à Aciera, que organizou este evento. Em um comunicado, a instituição assegurou que "as Igrejas evangélicas da Argentina não apoiarão nenhum candidato que promova o aborto".

Nesse sentido, o seu presidente, Ruben Proietti, disse a jornal ‘Clarin’ que "os legisladores não estão representando os sentimentos do povo" e mencionou "as pressões que estão fazendo mudar de posição". Inclusive, foi além: "Eu tenho registrado através de vídeos alguns deputados que mostravam o lenço azul, disseram que eram a favor da vida e, no último momento, votaram contra. Rechaçamos essa hipocrisia. A política não é suja, os sujos são os políticos que se vendem".

Paula Delvecchio, pastora encarregada do discurso durante o evento, também se dirigiu aos legisladores. "Senadores e senadoras da Nação, em suas mãos está a decisão mais importante do seu mandato. Não importa qual é a sua ideologia política: nisso se trata de cruzar a linha entre a vida e a morte. Para o povo evangélico aqui representado, essa linha não é negociável", leu no palco do encontro.

Por sua parte, Raul Magnasco, presidente de ‘Más vida’, organização pró-vida que reúne um milhão de pessoas, disse em um comunicado que "deixamos de ser a maioria silenciosa, para ser a maioria ativa do nosso país. A 'onda azul' se transformou em uma maré azul que transcendeu as fronteiras atingindo 16 países. Se a votação de quarta-feira se confirmar a favor da vida, será uma vitória de toda a América unida, não só da Argentina".

Durante o debate sobre a legalização do aborto, que acontece nestes dias no Congresso, a manifestação pretendeu reafirmar "o valor e o direito à vida", assinalaram os organizadores. Ao mesmo tempo, expressaram o seu "rechaço a qualquer proposta política que promove, adere ou legalize o aborto na Argentina".

"A Concentração Nacional ‘Salvemos as duas vidas’ tem o objetivo de declarar que o aborto é uma pratica criminosa e de tortura a um nascituro e não é – como tentam instalar – uma política de saúde, pois não pretende curar, mas causar a morte", concluiu Aciera em sua declaração.

Confira também: