No próximo domingo, 22 de julho, a fundadora do Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho, Madre Maria Bernadete, completa 100 anos, sendo um testemunho vivo para muitas religiosas que, assim como ela, ouviram o chamado a se consagrar pelos sacerdotes.

“É uma grande dádiva para o Instituto poder celebrar o centenário de uma fundadora ainda presente em nosso meio”, indicou a ACI Digital a noviça Ir. Aloisa.

Maria Madalena de Figueiredo – seu nome de batismo – a nasceu em 22 de julho de 1918, em Sousa (PB), e é a primeira dos doze filhos de Manoel Francisco de Figueiredo e Francisca Maria de Figueiredo.

Proveniente de uma família bastante religiosa e piedosa, desde pequena participava na Igreja e gostava de frequentar a Adoração Eucarística. Aos 19 anos, ingressou no Convento das Irmãs Missionárias Carmelitas, na cidade de Cajazeiras. Adotou o nome religioso de Irmã Maria Bernadete de Jesus.

Em janeiro de 1952, dois anos após os votos perpétuos, foi eleita Superiora Geral. Mas, tinha um grande desejo de incluir na Ordem o compromisso de imolar-se pela santificação dos sacerdotes e fez esse pedido ao bispo.

Como não recebeu a aprovação, o padre fundador a orientou a enviar uma carta a Roma, de onde, tempos depois, recebeu uma resposta aconselhando-a a desligar-se do Carmelo para uma nova fundação.

Foi o que fez e, juntamente com algumas religiosas que pediram para acompanhá-la, desligou-se da Congregação das Irmãs Missionárias Carmelitas em 13 de janeiro de 1957.

Foram para o Rio de Janeiro, onde receberam o apoio do então Cardeal Jaime de Barros Câmara, que as acompanhou nos primeiros anos e as orientou espiritualmente.

A fundação recebeu o nome de Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho e, mais tarde, sua sede foi transferida para a Arquidiocese de Niterói (RJ), sendo sua casa principal localizada na cidade de Maricá (RJ).

As religiosas do Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho se consagram pela santificação dos sacerdotes e seu carisma é inspirado no texto Joanino: “Por eles, eu me consagro” (Jo 17,19).

Em 2013, quando completou 95 anos de vida e o Instituto do Bom Conselho fez 50 anos de fundação, Madre Bernadete teve a oportunidade de se encontrar com o Papa Francisco durante sua visita ao Rio de Janeiro, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude (JMJ).

Madre Maria Bernadete com o Papa Francisco / Foto: Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho

“É muito difícil explicar o sentimento de encontrar o Papa, mas é um momento de muita alegria e emoção”, disse à época ao ‘Jornal do Brasil’, lembrando que também já havia encontrado São João Paulo II, no Rio de Janeiro, em 1997.

Testemunho vivo para jovens religiosas

Com uma história de vida que se confunde com a história do próprio Instituto, Madre Maria Bernadete, hoje, é um testemunho para as religiosas do Bom Conselho.

Para Ir. Amanda, noviça do segundo ano, “é um verdadeiro jubileu comemorar o centenário de uma fundadora que está no meio de nós testemunhando fidelidade à vocação e acreditando que Deus caminha em nossa historia e faz em nós maravilhas”.

Madre Maria Bernadete com algumas jovens aspirantes / Foto: Instituto Nossa Senhora do Bom Conselho

A religiosa destaca que, “com sua vida”, Madre Bernadete “traduz o seu lema ‘sei em quem acreditei’, não deixa transparecer sofrimentos em sua face, pelo contrário, há em seu semblante grande serenidade, próprio daqueles que sabem fazer valer a vida doada por Cristo, se imolando pelos sacerdotes”.

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Para muitas integrantes do Instituto, a fundadora personifica algumas palavras do próprio Jesus. Segundo Ir. Ana Paula, noviça do primeiro ano, a Madre a recorda quando Cristo diz que “quem faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Por sua vez, Ir. Rivane, noviça do segundo ano, indica que vê na Madre “a promessa de Nosso Senhor que diz que todo aquele que deixa tudo para segui-Lo recebe ‘cem vezes mais ainda nesta terra’”.

Já Ir. Suzilene, noviça do primeiro ano, enxerga o testemunho da fundadora como uma “representação viva de Nossa Senhora, nossa Mãe, Virgem fiel e prudente que cumpriu os desígnios do Pai, fazendo-se serva obediente”.

Estas jovens que também ouvem o chamado a se consagrar pelos sacerdotes têm em sua fundadora “um testemunho de mulher forte, corajosa e fiel à vontade amorosa de Deus”, como assinala a postulante Maria Luiza.

Trata-se, acrescenta a postulando Alessandra, de “uma vida inteira de total entrega a Deus”, com um “belíssimo testemunho de fidelidade a Nosso Senhor, de amor pela Santa Igreja e de imolação pelos sacerdotes”.

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