Em uma carta aos legisladores da Argentina, um sacerdote que está há mais de 20 anos em missão no Oriente Médio denunciou a “desumanização que os terroristas praticam com suas vítimas é a mesma de quem busca impor o aborto em nosso amado país”.

Um dia antes da votação do projeto do aborto no Congresso da Nação na Argentina, Pe. Luis Montes publicou a carta através do Facebook, na qual compartilhou a sua experiência de serviço às vítimas de guerra e do terrorismo no Iraque.

O sacerdote do Instituto do Verbo Encarnado (IVE) assinala que durante oito anos “testemunhou as atrocidades do ISIS e de outros grupos terroristas. Conversei com algumas pessoas que foram torturadas durante algumas semanas por estes assassinos e ajudei os refugiados que há mais de três anos vivem em campos porque perderam tudo”.

Além disso, comentou: “Vivi mais de 5 anos em Bagdá, onde ocorre todos os meses dezenas de atentados, mais de uma vez explodiram todas as janelas da minha casa por alguma bomba nas proximidades, e estive perto de explosões diversas vezes”.

“Como podem perceber, estou marcado pela experiência do ódio e da morte”, continua a carta, “e ao mesmo tempo, e mais fortemente ainda, pela experiência do perdão que me ensinam os meus fiéis do Iraque: perderam tudo, casas, carros, economias e alguns perderam até mesmo familiares que foram assassinados; entretanto, eles perdoam de todo o coração”.

É por isso que o sacerdote levanta a voz contra o aborto e expressa em sua carta que vê claramente as palavras da Madre Teresa de Calcutá: “Se aceitarmos que uma mãe mate seu filho dentro do próprio ventre, como poderemos impedir que as pessoas matem umas as outras?”.

“Porque a desumanização que os terroristas praticam com as suas vítimas é a mesma de quem busca impor o aborto em nosso amado país, Argentina. Buscam através de todos os meios que o nascituro não seja considerado uma pessoa, sequer um ser humano”, lamenta Pe. Montes.

O sacerdote afirma: “Durante mais de 20 anos que vivo no Oriente Médio, lutei pelos direitos das mulheres, das crianças abandonadas, deficientes, não desejadas. Salvei as mulheres de serem assassinadas porque ficaram grávidas fora do casamento, conseguindo salvar ambas as vidas em um contexto muito mais difícil do que na Argentina”.

Pe. Luis Montes junto com crianças e jovens cristãos no Iraque: Foto: Facebook Pe. Luis Montes

Por isso, pediu aos legisladores encarecidamente para que “não favoreçam uma Argentina que despreze a vida, que mate as crianças inocentes, seres humanos inocentes, que descarte as pessoas sem se preocupar com elas”.

“Imploro, em nome da paz e do bem do nosso país, que defendam a vida desde a concepção até o seu fim natural”, conclui sua carta Pe. Montes.

O projeto do aborto na Argentina será votado na quarta-feira, 13 de junho, no Congresso da Nação.

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