Para o Cardeal Timothy Dolan, Arcebispo de Nova York nos Estados Unidos, o que o Papa Francisco teria dito ao chileno Juan Carlos Cruz, que Deus o ama sendo gay, poderiam ser as mesmas palavras de Jesus.

Cruz, vítima de abusos sexuais do sacerdote chileno Fernando Karadima, viveu durante uma semana na Casa Santa Marta, no Vaticano, e se reuniu diversas vezes com o Papa Francisco.

Ali, junto com outras vítimas de Karadima, o Santo Padre lhe pediu perdão e acolheu seus testemunho e denúncias de encobrimento por parte de bispos no Chile.

Em recente entrevista ao jornal espanhol ‘El País’, Juan Carlos Cruz assegurou que o Papa lhe disse: “Juan Carlos, que você é gay não importa. Deus te fez assim e te ama assim, e eu não me importo. O Papa te ama assim. Você precisa estar feliz com quem você é”.

Entrevistado por ‘SiriusXM’ na terça-feira, 22 de maio, o Cardeal Dolan disse que primeiro “averiguemos o que verdadeiramente disse o Santo Padre”.

“Não duvido da veracidade deste homem (Juan Carlos Cruz). Vê-se como um jovem extraordinariamente sensível, perspicaz”, destacou e acrescentou: “Eu diria que é honesto sobre o que está informando do que o Santo Padre disse”.

Entretanto, advertiu, “tenhamos em mente que o temos em terceira mão: o que o Papa disse a ele, o que ele disse à imprensa”.

Mas, para o Arcebispo de Nova York, o que o Papa teria dito a Juan Carlos Cruz “é belo”, especialmente “quando ele diz ‘a propósito, Santo Padre, sou gay’ e o Papa diz ‘Deus te ama e eu também’”.

“Jesus teria dito isso. Esse é o ensinamento conservador, tradicional, católico, ortodoxo. E o Catecismo insiste nisso”.

Sobre se Deus faz as pessoas homossexuais, o Cardeal Dolan recordou que “mesmo entre os círculos profissionais há um debate em andamento sobre se uma pessoa nasce assim, se é de natureza ou de criação”.

“Essa é uma área na qual eu não gostaria e não acho que o Santo Padre se sentiria competente para falar disso. Acredito que o que está dizendo, novamente (é) doutrina católica tradicional ortodoxa: é feito a imagem e semelhança de Deus”.

O Cardeal norte-americano destacou que, embora seja certo que “qualquer expressão sexual fora do matrimônio entre homem e mulher é contrário ao propósito de Deus”, também o é “Não tratar qualquer um, incluindo uma pessoa gay, com nada menos do que dignidade e respeito. Isso está no Catecismo”.

“Então, o Santo Padre estava repetindo isso”, reiterou.

O Arcebispo assinalou que, quando o Santo Padre diz frases evangélicas como “quem sou eu para julgar?”, as pessoas pensam “que isso é revolucionário”, mas, na verdade, “ele só estava citando Jesus”.

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