O Arcebispo da Filadélfia (Estados Unidos), Dom Charles Chaput, publicou um artigo na revista ‘First Things’ no qual compartilhou os desejos e esperanças de um pai de família de 26 anos em relação ao próximo Sínodo dos Bispos sobre os jovens a ser realizado em outubro deste ano.

O artigo, intitulado “From the heart of a young Father” (Do coração de um jovem pai), pai de três crianças pequenas oferecem suas reflexões em vista do Sínodo será realizada em Roma, sob o título “Juventude, fé e discernimento vocacional”.

A carta que este jovem pai enviou ao Arcebispo, publicada com a sua permissão sob condição de anonimato, assinala que “os recentes debates surgidos a partir de figuras eminentes em Roma e nos líderes da Igreja em relação a uma ‘mudança de paradigma’ na doutrina, assim como a supremacia da consciência individual e as formas pastorais” são algo que a “minha esposa e eu achamos problemático e potencialmente desastroso para a evangelização dos jovens e das pessoas afastadas” da Igreja.

Depois de destacar que nós, jovens, “desejamos a verdade independente do quanto seja difícil para nós aceitá-la ou para os pastores ensiná-la”, este jovem lamenta que “a nossa cultura esteja cheia de confusão acerca das questões básicas da natureza humana: desde muito pequenos nos enchem de propaganda que distorce as verdades científicas sobre gênero, que denuncia a virtude e o cavalheirismo como ‘masculinidade tóxica’, que denigre a família e desvalorizam a natureza do sexo e seus frutos como algo sagrado, especialmente os nascituros”.

“Precisamos urgentemente de clareza e um roteiro autorizado da Igreja em temas como o aborto, a homossexualidade, a disforia de gênero, a indissolubilidade do matrimônio (...) e as consequências da contracepção”. “Nunca ou raramente, a minha geração ouviu a respeito destes temas ensinados de maneira atraente nas paróquias”, lamenta.

O jovem pai também escreve que atualmente, cada vez mais “clérigos de alto perfil deliberadamente obscurecem o ensinamento da Igreja sobre a homossexualidade e o transexualidade, em nome da ‘construção de pontes’”.

Além disso, continua, “as dubbias permanecem sem resposta. Os debates sobre a beleza na liturgia e a recepção reverente da Eucaristia são ridicularizados. Não sabemos o que fazer ao ver como diminui a participação das pessoas na Missa, e vemos que os jovens que se aproximam da tradição para recuperar as nossas características são rotulados de ‘rígidos’”.

Logo depois de comentar que todo este cenário é "desmoralizante" o jovem sublinhou que "em um mundo de vulgaridade moderna, estamos frustrados com a iconoclastia dos últimos 60 anos", que permitiu, entre outras coisas, uma série de abusos na liturgia. “Se a Igreja abandona as suas tradições de beleza e verdade, ela nos abandona", acrescenta.

O jovem pai de três filhos oferece as suas observações “sem amargura nem insultos, mas com amor pelos meus irmãos e irmãs que ainda não receberam a bênção, o amor e a formação que Deus misteriosamente deu para mim e para os meus amigos. Eu não estou sozinho nisso”.

Ao concluir, o jovem agradece “a cada sacerdote e bispo que é modelo de evangelização, pregando a verdade e promovendo a beleza e a riqueza que a nossa fé tem para oferecer".

No final do artigo, o Arcebispo da Filadélfia destacou que “o futuro da fé católica pertence às pessoas que o criam através da sua fidelidade, seu sacrifício, seu compromisso ao trazer novas vidas ao mundo e educar os filhos na verdade, em sua determinação de andar com alegria pelo ‘caminho estreito’ de Cristo”.

"Que Deus conceda aos padres Sinodais de 2018 a graça e a coragem para guiar os jovens por este caminho”, concluiu Dom Chaput.

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