Dom Nelson Ferreira, bispo de Valença (RJ) utilizou a rede social Facebook para um pedido público de perdão pela “zombaria” protagonizada pelo bispo emérito de Blumenau, Dom Angélico Sândalo, junto de outros padres em um ato religioso que deveria ser uma Celebração da Palavra para recordar a falecida esposa de Lula, mas resultou em um comício repleto de discursos políticos a favor do ex-presidente e atos contrários às diretrizes litúrgicas da CNBB.

A denúncia veio através do blog católico Nossa Senhora Cuida de Mim. Dom Nelson é o segundo bispo que se manifesta contra o ato religioso, ocorrido em cima de um carro de som revestido por bandeiras do PT, da CUT, da Marcha Mundial das mulheres e outras organizações em ampla discordância com a doutrina na Igreja. O Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, também lamentou a instrumentalização política do evento na página de facebook da sua Arquidiocese.

Segundo o próprio celebrante, o bispo Dom Angélico Sândalo, o ato seria uma Missa em memória ao aniversário da ex-Primeira Dama do Brasil, Marisa Letícia, que cumpriria 68 anos de idade no sábado, 07. Entretanto, depois de refletir junto aos organizadores, foi decidido realizar uma celebração da Palavra sem a celebração da Eucaristia.

                             

Em sua postagem no Facebook Dom Nelson afirma:

"Como bispo da Igreja Católica peço perdão a todos os católicos pela "zombaria" realizada pelo Bispo emérito Dom Angélico Sândalo e alguns padres, hoje, em São Bernardo do Campo. Uma banalização da nossa Igreja! Ali ele falava como um membro da Igreja e não em nome da Igreja. Lamento o fato de esperar ficar emérito para falar o que se acha sem responsabilidade, atitude contrária da qual se espera de uma pessoa madura e responsável".

Dom Angélico Sândalo Bernardino, de 85 anos, é um amigo de décadas do ex-presidente e que desde o início de seu episcopado deu apoio a Lula, ao Partido dos Trabalhadores e às Comunidades Eclesiais de Base (CEBs). Ele é considerado um dos bispos mais representativos da Teologia da Libertação no Brasil, a mesma condenada seguidamente pelos Papas São João Paulo II, Bento XVI e o Papa Francisco, que em uma recente entrevista explicou que esta corrente, muito difundida na América Latina, foi condenada por tratar-se de uma análise marxista da realidade.

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