Antes da oração do Ângelus na manhã de hoje, na Praça de São Pedro, o Papa Francisco explicou o que significou a transfiguração de Jesus diante dos seus discípulos um pouco antes da Paixão.

O Evangelho do Segundo Domingo da Quaresma, nos convida a contemplar a transfiguração de Jesus. “O episódio da transfiguração deve ser relacionado com o que acontecera seis dias antes, quando Jesus tinha revelado aos seus discípulos que em Jerusalém deveria “sofrer muito e ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos escribas, ser morto e, após três dias, ressurgir”.

O anúncio da Paixão e Ressurreição “deixou em crise Pedro e todo o grupo dos discípulos, que rechaçavam a ideia de que Jesus fosse rechaçado pelos chefes do povo e depois assassinado”.

De fato, “eles esperavam um Messias poderoso, forte, dominador, ao invés, Jesus se apresenta como humilde, manso, servo de Deus, servo dos homens, que deverá dar a sua vida em sacrifício, passando pelo caminho da perseguição, do sofrimento e da morte”.

“Mas, como seguir um Mestre e Messias cuja vicissitude terrena se concluiria daquele modo? E a resposta chega justamente da transfiguração: uma aparição pascal antecipada”.

“A transfiguração ajuda os discípulos, e também nós, a entender que a paixão de Cristo é um mistério de sofrimento, mas é, sobretudo, um dom de amor, de amor infinito da parte de Jesus”.

O evento de Jesus que se transfigura no monte, “nos faz compreender melhor também a sua ressurreição. Se antes da Paixão não tivesse se revelado na transfiguração com a declaração de Deus: 'Este é o meu Filho amado', a Ressurreição e do mistério pascal de Jesus não teria sido facilmente compreendida em toda a sua profundidade".

“Para entender o mistério da Cruz é necessário saber antecipadamente que Aquele que sofre e que é glorificado não é somente um homem, mas é o Filho de Deus, que com seu amor fiel até a morte nos salvou”.

Deste modo, “o Pai renova assim sua declaração messiânica sobre o Filho, já feita às margens do Jordão após o batismo, e exorta: ‘Escutai-o!’. Os discípulos são chamados a seguir o Mestre com confiança e com esperança, apesar da sua morte”.

A divindade de Jesus “deve manifestar-se propriamente na cruz, propriamente em seu morrer daquele modo. Tanto que o evangelista Marcos coloca na boca do centurião a profissão de fé: ‘Verdadeiramente este homem era Filho de Deus!’”.

“Esta revelação da divindade de Jesus aconteceu no monte, que na Bíblia é o lugar emblemático onde Deus se revela ao homem. É necessário, especialmente no tempo da Quaresma, subir com Jesus ao monte e permanecer com ele, prestar mais atenção à voz de Deus e deixar-se transformar pelo Espírito", concluiu.

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