A “Agenda Latino-americana 2018”, um documento promovido por diversos religiosos no continente, inclui conceitos da ideologia de gênero, denunciaram os bispos da Guatemala.

O Bispo de Escuintla e presidente da seção da Pastoral da Cultura da Conferência Episcopal da Guatemala, Dom Víctor Hugo Palma Paul, advertiu que no documento “há muito que se deve emendar para não contribuir com a confusão doutrinal em temas que tendem a se converter em princípios legais adversos à pastoral familiar, juvenil, educativa, etc.”.

A agenda tem como tema deste ano a “igualdade de gênero” e é redatada, como todos os anos desde 1992, pelo teólogo José Maria Vigil e pelo Bispo Emérito de São Félix (Brasil), Dom Pedro Casaldáliga.

Em um documento remetido à editora responsável por sua divulgação na Guatemala, Dom Palma Paul advertiu que “não se vê possível tal publicação, pois atenta não contra as convicções de um grupo ou vários grupos pró-vida, mas contra a Pastoral Familiar da Arquidiocese de Santiago de Guatemala, das demais dioceses, da Pastoral Juvenil, etc.”.

O Prelado recordou que a ideologia de gênero incluída na agenda deste ano foi frequentemente “denunciada pelo Papa Francisco como uma ‘forma de colonização ideológica’, contraria diretamente a família, o matrimônio, a antropologia cristã, a moral bioética, etc.”.

Um relatório feito pela Pastoral Arquidiocesana da Vida da Guatemala, em meados de 2017, aponta também o uso de “um linguagem ideológica de gênero” em todo o documento, de uma forma “totalmente explícita”.

Além disso, indicou o relatório, “no documento se deforma a verdade sobre Cristo, a Virgem Maria e a Igreja, contradizem a doutrina católica e colocam toda a plataforma ideológica para a relativização da vida do nascituro e a exacerbação da autonomia da mulher, pressuposto para a despenalização do aborto”.

Na agenda latino-americana “se faz uma promoção dos chamados erroneamente e inexistentes ‘direitos sexuais e reprodutivos’, que sabemos que correspondem aos métodos artificiais de controle de natalidade e ao aborto” e “se referem à ‘capacidade de decidir sobre nossos corpos’, eufemismo de uso global para se referir ao aborto como um direito”.

Dom Palma Paul indicou que, embora “dependa dos Bispos ordinários próprios, assim como dos Superiores religiosos, abordar com indicações diretas este tema”, a critério de seu julgamento “não se pode publicar nos âmbitos da Igreja Católica na Guatemala a agenda latino-americana em sua versão 2018 ‘igualdade de gênero’”.

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