“Nós não guardamos rancor e nós o perdoamos”, afirmou a família de Juan José Salas, um policial que ficou tetraplégico em 2006, depois de ter sido agredido por “El Rodri”, um jovem contra o governo que há alguns dias voltou a aparecer nas notícias, depois que assassinou um homem apenas por usar suspensórios com a bandeira da Espanha.

“El Rodri”, okupa e de ideologia ultraesquerdista, deixou tetraplégico em 2006 Juan José, um Guarda Urbano de Barcelona, depois jogar uma pedra na testa dele. Ele caiu no chão e quebrou a base do crânio, logo depois outro okupa continuou batendo nele enquanto estava inconsciente.

O jornal “El Mundo” entrevistou a esposa e alguns parentes de Juan José Salas e asseguraram que não odeiam Rodrigo Lanza – nome de “El Rodri” – e o perdoam, “porque o perdão é de Deus”.

Desde esse ataque, Juan José Salas, pai de quatro filhos, ficou em uma cadeira de rodas, alimenta-se com uma sonda gástrica e comunica-se através de um aparelho que converte as palavras que escreve em sons, mas não pode manter uma conversa. Sofre de amnésia profunda e passa os seus dias jogando dominó.

Rosa, esposa de Juan José, declarou ao jornal “El Mundo” que não odeia o homem que deixou o seu esposo tetraplégico. “Não o odiamos, porque ele já pagou pela sua condenação. Não adianta nada odiar. Ele cruzou o nosso caminho uma vez e não queremos que isso aconteça novamente”.

Em 2009, o Tribunal Supremo condenou “El Rodri” a cinco anos de prisão e a pagar uma indenização a Juan José de mais de 935 mil euros pelas sequelas graves provocadas, assim como 120 mil euros para a sua esposa e os seus filhos por danos morais. Entretanto, este valor ainda não foi pago.

Segundo a reportagem, Rodrigo Lanza nunca pediu perdão à família nem à vítima.

Juan José recebeu a Cruz ao Mérito Policial com distintivo vermelho em outubro de 2013, uma condecoração concedida pela Polícia Nacional e que reconhece um comportamento que merece uma recompensa especial por um ato honrado e extraordinário com risco pessoal, o maior reconhecimento em sua categoria.

De acordo com o jornal, a sua esposa Rosa, na cerimônia de condecoração, disse: “Johnny, você é forte. As crianças estão crescendo e são pessoas alegres e sem ódio, como você queria”.

Em 2015, foi divulgado na TV3, canal de televisão catalão, o documentário “Ciutat morta”, o qual mostra Rodrigo Lanza assegurando que era inocente e que o policial havia sido agredido com um vaso.

Este documentário, financiado pela atual prefeita de Barcelona, ??Ada Colau, e pelo partido político Podemos, foi premiado com 7 mil euros.

Após outras confusões e de vangloriar-se de ter deixado um policial tetraplégico, Lanza declarou: “Com certas pessoas e instituições eu busco vingança. Eu vou me vingar de tudo isso. Ainda não sei como, não sei se fisicamente, mas vou fazer algo para voltar a me sentir bem”.

Depois que Lanza matou no último dia 12 de dezembro com uma surra Victor Lainez, um homem de 59 anos, somente porque usava um suspensório com a bandeira da Espanha, entraram novamente em contato com outro parente de Juan José Salas, que afirmou: “Nós não somos ninguém para julgar Rodrigo Lanza. O único que julga é Deus”.

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