A Arquidiocese de Washington processou neste 28 de novembro a Autoridade de Trânsito da Área Metropolitana da capital dos Estados Unidos por proibir uma propaganda católica de Natal cujo lema era: "Encontre o presente perfeito" nos ônibus e nos pontos de ônibus.

A arquidiocese acusou a instituição do governo que realiza o serviço Metrobus, de violar os seus direitos da Primeira Emenda sobre liberdade de expressão e liberdade religiosa.

“Na verdade, o problema aqui não é tanto a nossa propaganda em específico ou como está sendo apresentada, mas o que estão impedindo é a nossa capacidade de promover a nossa fé ou compartilhá-la no publicamente. É sobre isso que realmente nos referimos”, disse em 28 de novembro à CNA - agência em inglês do Grupo ACI - Ed McFadden, Secretário de Comunicações da Arquidiocese de Washington DC.

Esta propaganda mostra a silhueta dos pastores em frente a um céu escuro, onde brilha a Estrela de Belém brilha. O cartaz diz: “Encontre o presente perfeito” e assinala o site www.findtheperfectgift.org e a hashtag “#PerfectGift”.

O site descreve Jesus como “o presente perfeito” e exorta a “Encontrar o presente perfeito do amor de Deus neste Natal”. Do mesmo modo, convida a participar da Missa e traz um vídeo de reflexão do Pe. Conrad Murphy, diretor de culto da Arquidiocese, falando sobre a sua canção de natal favorita.

No site estão os horários das Missas, atividades tradicionais para o Advento e o Natal, uma oferta a ser voluntario e servir as pessoas desabrigadas, famílias necessitadas ou as obras de caridade de instituições católicas durante este tempo litúrgico.

A porta-voz do Metrô de Washington, Sherry Ly, disse que a política publicitária da agência mudou em 2015 e começou a proibir “a publicação orientada a temas de propaganda política, religiosa e promocional".

“Esta propaganda foi rechaçada porque é proibida pelas diretrizes publicitárias atuais", disse Ly, de acordo com a estação de rádio WTOP.

A companhia de transportes de Washington assegurou ter rechaçado outras propagandas, como as que se opõem ao tráfico de animais selvagens, ou as que estão contra a prostituição, etc.

Entretanto, o processo da Arquidiocese assinala que o Metrô aceitou avisos de ioga e do Exército de Salvação, um movimento religioso protestante.

Segundo McFadden, o advogado da autoridade de trânsito disse-lhes que a propaganda da Arquidiocese “representa uma cena religiosa e, portanto, busca promover a religião”.

Kim Fiorentino, chanceler da Arquidiocese e assessora geral, disse que a Arquidiocese acredita que o rechaço da propaganda é “uma clara violação da liberdade de expressão fundamental e uma limitação no exercício da fé".

“Esperamos apresentar o nosso caso para afirmar o direito de todos a expressarem tais pontos de vista publicamente”, disse Fiorentino em um comunicado.

A Arquidiocese fez um acordo separadamente para colocar cartazes similares nos pontos de ônibus do Distrito de Columbia, cuja publicidade é realizada por Clear Channel Outdoor. Esses anúncios contêm um trecho da Bíblia.

McFadden disse que a Arquidiocese usou propagandas de ônibus para campanhas importantes durante aproximadamente 10 anos sem problema algum. O tráfego na cidade gera uma "audiência cativa" e os ônibus costumam ir às áreas que não possuem pontos de ônibus onde a arquidiocese poderia colocar cartazes.

“Esta é a nossa melhor maneira de chegar a diferentes comunidades. A estratégia da campanha promove propagandas em várias plataformas a fim de falar às pessoas sobre o Natal e talvez incentivá-las a ir à Missa de Natal ou a aproveitar a oportunidade de ajudar a outros", acrescentou.

Segundo McFadden, a campanha publicitária era “realmente sobre a alegria da época do Natal, recordando às pessoas por que fazemos o que fazemos, mas também dando a opção de ajudar o próximo através de vários trabalhos voluntários”.

Finalmente, acrescentou que “não se tratava simplesmente de voltar a participar da Missa, também se tratava de ser uma voz positiva na comunidade em um momento que provavelmente precisamos disso”.

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