A Igreja Católica no México não deixa de ajudar as famílias das vítimas e as pessoas que foram atingidas pelo terremoto no sul e no centro do país em setembro deste ano.

“Depois de pouco mais de um mês do terremoto ocorrido em 19 de setembro e, como sabemos, a emergência não dura apenas um mês”, disse Dom Alfonso Miranda, Secretário Geral da Conferência Episcopal Mexicana (CEM) ao Grupo ACI.

Dois terremotos intensos e milhares de réplicas abalaram o México no mês de setembro.

Em 7 de setembro à noite, um terremoto de magnitude 8,2 atingiu o sul do país, afetando os estados de Chiapas, Oaxaca e Tabasco.

O terremoto deixou 98 mortos e mais de 300 feridos. A região já sofreu mais de 8 mil réplicas.

Em 19 de setembro, aproximadamente às 1h14 (hora local), um terremoto de 7,1 graus foi registrado na região central do país, afetando a Cidade do México e os estados de Puebla, Guerrero, Morelos, Oaxaca e o Estado do México.

O terremoto provocou a morte de 370 pessoas, a maioria na capital do país, e deixou mais de 6 mil feridos.

Dom Miranda assinalou que, em muitos casos, “as pessoas não podem voltar para as suas casas. Não podem começar a reconstruir as casas pois continuam acontecendo tremores”.

“As pessoas ainda estão em abrigos”, disse. “Pouco a pouco, devem voltar a realizar as suas atividades e continuar trabalhando”.

“Mas, enquanto isso, continuamos monitorando esta situação e oferecendo a ajuda necessária”, assinalou e explicou que “as etapas que seguem depois da ajuda humanitária são a reabilitação, a reconstrução e a prevenção”.

“Estamos apenas começando a segunda etapa e, como sabemos, a emergência não dura alguns meses, mas anos”.

A Igreja, disse, está tentando canalizar a ajuda “da maneira mais inteligente e efetiva possível”.

O Secretário Geral da CEM sublinhou que a nível local, responderam as próprias dioceses atingidas, enquanto “a nível nacional, a Caritas Mexicana, junto com a Secretaria Geral da Conferência Episcopal Mexicana, entramos em um trabalho de ligação tanto das dioceses como dos organismos eclesiais, para enviar ajuda aos lugares devastados”.

“Foi mantido um contato permanente com bispos e sacerdotes, a fim de supervisar o estado das populações e ver a maneira efetiva de poder ajudá-los”, indicou.

Dom Miranda indicou que na ajuda canalizada se somou “centenas e centenas de toneladas do México, dos Estados Unidos”, e “também há uma doação de dinheiro, enviada até o momento de todo o México”.

Até a data, assinalou, foram arrecadados mais de 17,3 milhões de pesos (mais de 906 mil dólares) de doação em dinheiro, além de “aproximadamente meio milhão de dólares, contando os 150 mil dólares doados pelo Papa”.

Além disso, apoiaram o trabalho da Igreja no México, a Caritas Seoul (Coreia do Sul), a Conferência Episcopal Espanhola, a Ajuda à Igreja que Sofre (ACN), entre outros.

O Prelado também sublinhou que “neste momento estamos em um processo de construção de centros comunitários, que deveriam servir em primeira instância como abrigos públicos, lugares para palestras sobre a saúde alimentar, para ajudar nos meios de subsistência, a atenção psicológica, e acolher as famílias que perderam seus entes queridos”.

Estes centros funcionarão, especialmente, “em regiões devastadas”.

Bispos que pediram a proteção da Virgem após o terremoto

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Dom Miranda recordou também que, depois do terremoto de 19 de setembro, os bispos mexicanos, reunidos na sede da CEM na Cidade do México, pediram a proteção da Virgem Maria e cantaram a Salve Regina.

“Em 19 de setembro tivemos uma reunião do Conselho Permanente”, recordou e disse que cerca de 23 bispos mexicanos estavam presentes.

“Estávamos quase terminando a sessão quando começou a tremer e nos levantamos imediatamente”, disse. “Alguns permaneceram em seu lugar, outros se mexeram, outros se aproximaram da janela e viram a fumaça de um edifício que caiu perto da sede da Conferência”.

Depois do terremoto, os bispos terminaram a sessão “e imediatamente cantaram a Salve Regina, todos juntos, apreensivos pelo que havia ocorrido, mas com uma comunhão espiritual com a Igreja Católica em todo o México”.

“Em seguida, dirigimo-nos à sala de imprensa para monitorar a informação”, recordou.

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