A rede de supermercados Lidl, de origem alemã, causou controvérsia na Europa por apagar as cruzes de uma igreja italiana para não ferir a sensibilidade dos habitantes muçulmanos, na localidade de Camporosso.

A igreja afetada é a de Santo Antônio Abade, na cidade italiana de Dolceacqua. Em um anúncio usado por Lidl, no qual aparecia o povoado, o templo católico aparece sem as suas características cruzes.

De acordo com o jornal britânico ‘The Telegraph’, “as cruzes aparentemente foram removidas a fim de não ofender a sensibilidade dos imigrantes muçulmanos que vivem no local”.

Esta não é a primeira vez que a rede de supermercados elimina digitalmente as cruzes em igrejas cristãs, pois há um mês publicaram que Lidl apagou a cruz da cúpula de uma igreja na ilha grega de Santorini, para um pacote de comida grega.

Segundo ‘The Telegraph’, em 11 de outubro, o prefeito de Dolceacqua, Fulvio Gazzola, apresentou uma queixa formal à rede alemã, sem receber uma resposta imediata.

“É preciso mostrar fotos de Dolceacqua que correspondem à realidade. Se não querem mostrar cruzes, então usem a imagem do nosso castelo”, criticou o prefeito e acrescentou que “Lidl disse que a remoção de símbolos religiosos faz parte de uma estratégia de publicidade italiana e europeia”.

“Eles são livres para fazer o que quiserem, mas não deveriam arruinar fotos. Isso prejudica a imagem do nosso povo e das nossas tradições cristãs”, assinalou.

Lidl pediu desculpas pelo uso da foto sem a cruz, em um comunicado enviado ao ‘The Telegraph’, mas justificou dizendo que o símbolo cristão já havia sido removido da imagem quando eles a adquiriram para o seu anúncio.

Além disso, a rede de supermercados prometeu retirar “imediatamente” a fotografia.

Depois de substituir a foto por uma de um ângulo diferente de Dolceacqua, onde a igreja de Santo Antônio Abade já não tem um papel principal, embora mantenha a cruz, Lidl pediu desculpas pelo erro “completamente involuntário” e garantiu que não se tratou de uma “estratégia de marketing”.

Em um comunicado anterior, por ocasião da controversa devido à cruz que havia sido apagada da igreja da ilha de Santorini, Lidl argumentou: “Evitamos o uso de símbolos religiosos nas nossas embalagens a fim de manter a neutralidade em todas as religiões”.

“Se foi percebido de forma diferente, pedimos desculpas às pessoas que podem ter sido ofendidas”, assinalou a empresa alemã.

Entretanto, a polêmica já tomou contadas redes sociais e da política italiana, onde houve repetidos apelos a fim de boicotar a rede de supermercados.

Giorgia Meloni, presidente da organização política Hermanos Irmãos da Itália, disse que a atitude de Lidl é de “uma escolha ideológica que nos insulta e nos ofende”.

“Esperamos que todos os cristãos façam sentir a sua indignação e já não entrem em um supermercado Lidl”, escreveu Meloni em sua página de Facebook.

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