Desde 2006, Olga Muñoz lidera a emblemática Marcha dos ‘Escarpines’ na Argentina. Depois de alguns anos de experiência, afirmou que a defesa da vida desde a concepção até a morte natural “é uma luta teológica” contra o demônio que “confunde o homem”.

Em entrevista ao Grupo ACI, Muñoz comentou que o objetivo da Marcha dos ‘Escarpines’, que se realiza nas últimas quarta-feira de cada mês, é “conscientizar” acerca do valor da vida, porque “há pouca experiência de que os católicos saiam à via pública em nosso país”.

Marcha dos 'Escarpines' em Buenos Aires / Foto: Cortesia Olga Muñoz

Cartaz da Marcha dos 'Escarpines' / Foto: Cortesia Olga Muñoz

Os ‘escarpines’ são pequenos sapatos de bebês. As marchas que organizam, disse Muñoz, começam com uma música que fala da vida e distribuem folhetos explicando a sua origem. A manifestação termina com a oração do Terço.

A ativista argentina contou que a ideia da Marcha dos ‘Escarpines’ surgiu quando conversava com uma religiosa porque esses sapatos são “uma das duas coisas que colocam primeiro em um bebê” recém-nascido.

Em seguida, disse que em 2006 realizaram a primeira marcha em resposta ao Encontro Nacional de Mulheres Autoconvocadas, um evento que acontece uma vez por ano e no qual as mulheres participantes atacam a Catedral da cidade onde se realiza este evento.

Muñoz, que também trabalhou como conselheira no congresso argentino, disse que está segura de que a batalha pela defesa da vida “é uma luta teológica. O demônio, que não pode enfrentar Deus, confunde o homem, toma-o e faz o que quer com ele”.

A ativista citou como exemplo o fato de que, “por uma liberdade da mulher, tiveram o trabalho de tirá-la da sua casa e negligenciar os bens primários da família e dos filhos. Com a mulher ausente, agora querem os seus filhos”.

Indicou que na Argentina a luta pró-vida “é desigual”, porque as feministas radicais “caminham pelos corredores do Congresso e visitam os legisladores e os convencem de diferentes formas”, enquanto com relação às mulheres pró-vida que levam somente um cartaz, “questionavam-nos”.

A também presidente da associação civil Famílias do Mundo Unidas pela Paz (Fampaz) recordou que na Argentina despenalizaram o aborto em 2012 para os casos de risco de vida e saúde da mulher e por violação.

Diante desse cenário e com o protocolo de aborto não punível, agora “não é possível dizer à mulher como a vida começa. (As autoridades) não deixam ninguém entrar, mas deixaram entrar os ideólogos e ideólogas que promovem que mate o bebê”.

“Muitas mulheres chegam ao aborto porque muitas verdades permanecem em silêncio. Os grupos radicais de feministas dizem que não há vida, que ainda não sabem quando a vida começa, eu ouvi legisladoras dizendo isso no congresso da nação”, indicou ao Grupo ACI.

Frente esta realidade, Muñoz indicou que se deve “rezar muito, porque podemos perder essa batalha”.

Com esta oração também pedem a Deus para que “ilumine a consciência dos nossos legisladores, porque se eles estão ocupando um cargo, é porque a mãe deles disse sim à vida, caso contrário não estariam lá”.

Encenação a favor da vida / Foto: Cortesia Olga Muñoz

Além disso, apesar das limitações para reunir as pessoas na Marcha dos ‘Escarpines’, reiterou que “devemos nos manifestar, devemos sair às ruas”.

“Nós não somos uma multidão, mas, como sempre digo, quando a nossa religião começou, eram 12”, sublinhou.

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