O Papa Francisco aprovou um “Motu Proprio” através do qual instituiu o Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, mudando deste modo o Pontifício Instituto João Paulo II para os Estudos sobre Matrimônio e Família, que surgiu sob a inspiração do Papa Wojtyla, que desejou ser recordado como o Papa da Família.

No texto, o Santo Padre afirma que depois do Sínodo da Família celebrado entre 2014 e 2015, assim como depois do documento pós-sinodal Amoris Laetitia, viram a necessidade de uma “consciência renovada do evangelho da família e dos novos desafios pastorais que a comunidade cristã está chamada a responder”.

“A mudança antropológico-cultural, que influencia hoje todos os aspectos da vida e requer uma abordagem analítica e diversificada, não nos permite limitar a práticas pastorais e missionárias que refletem sobre formas ou modelos do passado”.

Portanto, “devemos ser intérpretes conscientes e apaixonados pela sabedoria da fé em um contexto em que os indivíduos são menos ajudados do que no passado pelas estruturas sociais, em sua vida afetiva e familiar”, diz o Papa.

“Devemos olhar, com intelecto de amor e com sábio realismo, a realidade da família hoje em toda a sua complexidade, nas suas luzes e sombras”.

Francisco explica que, “por estas razões, acho apropriado dar um novo aspecto legal ao Instituto João Paulo II a fim de que a ‘intuição profética’ de São João Paulo II, que teve um grande carinho por esta instituição acadêmica, hoje possa ser ainda mais reconhecida e valorizada na fecundidade e na atualidade”.

As mudanças

Com as modificações estabelecidas pelo Pontífice, amplia-se “os campos de interesse, tanto em termos das novas dimensões da missão pastoral como da missão eclesial, assim como em referência aos desenvolvimentos das ciências humanas e da cultura antropológica em um campo fundamental para a cultura da vida”.

O Motu Proprio é composto por 6 artigos onde se estabelecem estas mudanças. Neles sublinha-se que o novo Pontifício Instituto Teológico João Paulo II para as Ciências do Matrimônio e da Família, que está ligado à Pontifícia Universidade Lateranense, permanecerá sendo fiel “à inspiração original”.

O artigo 2 assinala que o novo Instituto “constituirá um centro acadêmico de referência, a serviço da missão da Igreja universal, no campo das ciências relacionadas ao matrimônio e à família, e sobre os temas relacionados à aliança fundamental entre o homem e a mulher para o cuidado das gerações e da criação”.

O novo Instituto terá uma ligação estreita com a Congregação para a Educação Católica, com o dicastério para os Leigos, a Família e a Vida e com a Pontifícia Academia para a Vida.

Além disso, terá cátedras, professores, programas e funcionários administrativos para que realizem corretamente a sua missão. Poderá instituir o doutorado em Ciências sobre Matrimônio e Família; a licenciatura em Ciências sobre Matrimônio e Família, assim como o diploma em Ciências sobre Matrimônio e Família.

O Arcebispo Vicenzo Paglia, Chanceler do Instituto, explicou à mídia que no novo Instituto “permanece a perspectiva moral, a perspectiva sacramental, mas se fortalece a perspectiva bíblica, da história da família, do direito, e nesse sentido o título exige explicitamente a dimensão eclesial deste Instituto, com a responsabilidade de multiplicá-lo, de alongá-lo”.

Por sua parte, Pierangelo Sequeri, presidente do mesmo, explicou que serão organizados “jornadas flexíveis, seminários, conferências e cursos que tenham interesse” e como ponto central o tema da família.

O Pontifício Instituto João Paulo II foi criado em 1981 por São João Paulo II, com o objetivo de oferecer uma contribuição acerca da verdade sobre o matrimônio e a família. Desde então, tornou-se uma referência mundial.

Confira também: