A diplomacia do Vaticano é uma das grandes ferramentas que a Santa Sé possui para promovera paz no mundo e resolver conflitos com grande eficácia.

Em uma conversa com o Grupo ACI, Dom Silvano Maria Tomasi, Observador Permanente da Santa Sé na ONU, explica que a Santa Sé “trabalha com as nações para que a força da lei prevaleça sobre a lei da força”.

Dom Tomasi assinalou que no mundo de hoje, a interdependência entre as nações é maior do que nunca, o que favoreceu “o desenvolvimento de uma diplomacia multilateral, começando pela Organização das Nações Unidas (ONU). Esta atividade diplomática multilateral adquire cada vez mais visibilidade e desempenha um papel cada vez mais importante”.

Entretanto, o Observador Permanente da Santa Sé na ONU lamentou que, infelizmente, a interdependência é, “em muitos casos, um mecanismo de controle mais do que de inclusão”.

Do mesmo modo, apesar dessa crescente conectividade multilateral entre nações, recordou que “não podemos subestimar a importância que os Estados continuam tendo, como vemos na gestão dos refugiados e dos migrantes”.

Nesse sentido, afirmou que “o papel da diplomacia da Santa Sé consiste em transmitir as demandas de todos. Trabalha para derrubar muros e para reduzir a distância entre ricos e pobres”.

“Seu ponto de partida é a convicção de que cada país tem o dever de respeitar os princípios consuetudinários do direito internacional e as convenções às quais se aderiu livremente. Sem direito não falta apenas ordem, mas também a liberdade e a paz”.

Também destacou o importante papel que a Santa Sé desempenha na redação das Convenções que, periodicamente, renovam o direito internacional que as nações deverão adotar.

Na entrevista, explicou ainda o conceito de “unidade” defendido pela Santa Sé, um conceito que muitas vezes se baseou “no arbítrio da força, na vontade de superioridade ou de potência exercida em algumas ocasiões por membros da comunidade internacional”.

Ao contrário, “o aporte da Santa Sé mostra uma unidade mais profunda, baseada no respeito à pessoa humana, a sua dignidade e ao seu valor transcendente”.

“O cristianismo, com sua dimensão universal, a catolicidade, situou-se, e se situa, como instrumento para somar, como um vínculo unitário que não tem a tarefa de relativizar ou de destruir as características diferentes e peculiares de cada povo, mas de favorecer a expressão da realidade na diferença”, explicou.

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