Em 29 de agosto foi celebrado o Dia internacional contra testes nucleares, um assunto sobre o qual o Papa Francisco se pronunciou diversas vezes, reiterando a necessidades da eliminação de tais armamentos.

Conforme recorda a Rádio Vaticano, esta data foi aprovada em 2009 pela Assembleia da ONU, com o objetivo de promover o princípio de que “deveria ser feito todo esforço para dar fim aos testes nucleares e desse modo eliminar seus efeitos devastadores sobre a vida das pessoas”.

Desde o início de seu pontificado, o Papa Francisco se posicionou de maneira enfática pelo fim das armas nucleares e pelo estabelecimento de uma paz verdadeira e duradoura.

Em março deste ano, o Santo Padre enviou uma mensagem para “Conferência da ONU que tem a finalidade de negociar um instrumento juridicamente vinculante sobre a proibição das armas nucleares, levando à sua eliminação total”, que aconteceu em Nova York.

O Pontífice ressaltou que “o objetivo final da eliminação das armas nucleares se torna um desafio e um imperativo moral e humanitário”.

“Uma ética e um direito baseados na ameaça de uma destruição recíproca – e potencialmente de toda a humanidade – são contraditórios com o espírito mesmo das Nações Unidas”, por isso, “devemos nos comprometer em um mundo sem armas nucleares, aplicando totalmente o Tratado de não proliferação, no papel e no espírito”, afirmou o Papa.

Este pedido pela eliminação das armas nucleares, recorda a nota da Rádio Vaticano, já havia sido feito pelo Papa Francisco em dezembro de 2014, em um discurso enviado à Conferência sobre o Impacto Humanitário das Armas Nucleares, na Áustria.

Na ocasião, o Pontífice assegurou que “a dissuasão nuclear e a ameaça de uma segura mútua destruição não podem ser a base para uma ética da fraternidade e coexistência pacífica entre os povos e os Estados”.

“É tempo agora de contrapor a lógica do medo com a ética da responsabilidade, e assim promover um clima de confiança e diálogo sincero”, defendeu.

Nesse sentido, disse que “esbanjar em armas nucleares desperdiça a riqueza das nações”.

Para o Santo Padre, “priorizar tal despesa é um erro e má destinação de recursos que seriam muito melhor investidos nas áreas do desenvolvimento integral, educação, saúde e a luta contra a pobreza extrema. Quando estes recursos são desperdiçados, os pobres e os fracos que vivem nas margens da sociedade pagam o preço”.

Francisco recordou que “o desejo pela paz, segurança e estabilidade é um dos anseios mais profundos do coração humano, e está enraizado no Criador que fez de todos os povos membros da mesma família humana. Esta aspiração não pode ser satisfeita só por meios militares, e menos ainda pela posse de armas nucleares e outras armas de destruição em massa”.

“A paz deve construir-se sobre a justiça, sobre o desenvolvimento socioeconômico, a liberdade, o respeito dos direitos humanos fundamentais, na participação de todos nos assuntos públicos e na construção da confiança entre os povos”, assinalou.

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