O Secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, disse na terça-feira, 22 de agosto, que a Rússia poderia contribuir ao diálogo para superar a grave crise que atinge a Venezuela.

Em uma coletiva de imprensa em Moscou, onde realiza uma visita de três dias, o Cardeal Parolin assinalou que “a Rússia pode ajudar nesse momento difícil porque tem relações estreitas com a Venezuela e, por isso, pode contribuir para o diálogo”.

Durante a coletiva de imprensa realizada depois de reunir-se com o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguey Lavrov, o diplomata indicou que, “desde o início, nós apoiamos as iniciativas da Santa Sé para reconciliar as partes (na Venezuela) e esse enfoque segue sendo totalmente válido na situação atual”.

O Secretário de Estado do Vaticano também recordou que “a Santa Sé procurou se comprometer ativamente em relação à situação da Venezuela, a partir da busca do bem das pessoas e da população, que sabemos vive por uma situação de grande sofrimento, especialmente do ponto de vista da falta de alimentos, remédios, crise de segurança, tantos mortos e tanta violência”.

O Purpurado destacou que, em meio à situação atual de crise, “a proposta é sempre a mesma: é necessário conseguir realizar um diálogo entre o governo e a oposição de maneira muito séria e chegar a um acordo político, que nos permita encontrar juntos uma solução democrática e pacífica para o país”.

Em declarações à mídia local, o Cardeal Parolin reiterou que “a comunidade internacional pode desempenhar um papel para facilitar essa negociação e os países que estão tradicionalmente ligados e são amigos da Venezuela podem ajudar nisso. Neste sentido, a Rússia também desempenha um papel importante e, certamente, este tema está nas conversas com as autoridades russas”.

Oriente Médio e liberdade religiosa

Em uma declaração lida durante a coletiva de imprensa, divulgada pela Sala de Imprensa do Vaticano, o Cardeal Parolin destacou o progresso nas relações entre a Santa Sé e a Rússia; e se referiu a outros temas de interesse internacional de ambos os estados.

“Reiterei o meu apoio à busca de soluções justas e duradouras para conflitos que afligem especialmente o Oriente Médio, a Ucrânia e outras regiões do mundo”, seguindo os parâmetros “da justiça, da legalidade, da veracidade dos fatos e da abstenção de manipulá-los”.

O Secretário de Estado sublinhou que, “embora a Santa Sé não tente nem possa identificar-se com alguma posição política, exige o dever de respeitar estritamente os grandes princípios do direito internacional, cujo respeito é essencial para a proteção da ordem e da paz mundial, para a recuperação de um ambiente saudável de respeito recíproco nas relações internacionais”.

“A Santa Sé – continuou – nutre a preocupação constante para a preservação da liberdade religiosa em qualquer estado e em qualquer situação política”.

Confira também: