O Secretário de Estado Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, afirmou que a Santa Sé segue incentivando a busca de uma saída “pacífica e democrática” para a crise na Venezuela, que no domingo viveu um novo episódio de violência durante as eleições da Assembleia Constituinte impulsionada pelo governo de Nicolás Maduro.

Segundo informou a agência ANSA, o Purpurado assegurou no domingo que o Papa Francisco e a Secretaria de Estado estão se “empenharam muito” para buscar uma solução pacífica para a crise na Venezuela. O Vaticano o fez “procurando ajudar a todos, indistintamente, e chamando cada um às próprias responsabilidades”.

“O critério deve ser apenas o bom da população”, assinalou. “Os mortos são muitos e acredito que não existam outros critérios a serem seguidos se não o bem destas pessoas”, insistiu.

Nesse sentido, disse que “é necessário encontrar uma maneira pacífica e democrática para sair desta situação e o único caminho é sempre o mesmo: deve-se encontrar, conversar – mas seriamente – para se encontrar um caminho de solução”.

No dia 30 de julho, o regime realizou a eleição dos 545 membros da Assembleia Constituinte para reformar a Carta Magna de 1999. Entretanto, em diversas partes do país foram registrados protestos e a consequente repressão da Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Os choques ocasionaram a morte de várias pessoas, entre elas dois menores de 13 e 17 anos.

Segundo a Procuradora Geral da Venezuela e atual crítica ao regime, Luisa Ortega Díaz, “10 pessoas perderam a vida no contexto da eleição viciada” do domingo, somando um total de 121 mortos desde que os protestos começaram em abril.

Entretanto, a opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD) afirmou que desde a noite do sábado até domingo, os falecidos foram 15 pessoas.

Embora o governo assegure que mais de 8 milhões de eleitores participaram da votação, a opositora Mesa de la Unidad Democrática (MUD) assinalou que apenas 2,4 milhões de pessoas foram votar, o que equivale a 12% dos eleitores registrados, e dos quais a quarta parte teria votado nulo.

A deputada opositora Delsa Solórzano disse, em nome da MUD, que quem votou nulo teriam sido “o s funcionários públicos que consideram que estavam obrigados a ir a este processo fraudulento”.

A Constituinte foi rechaçada pelos bispos venezuelanos por ser “inconstitucional, mas, além disso, desnecessária, inconveniente e prejudicial para o povo venezuelano”.

Em sua mensagem de 27 de julho, os prelados recordaram que a inciativa de Maduro “não foi convocada pelo povo, tem bases comiciais inaceitáveis e nela estarão representados apenas os partidários do oficialismo”.

Por isso, “será um instrumento parcializado e inclinado que não resolverá, mas agravará os agudos problemas do alto custo de vida, da escassez de alimentos e remédios que o povo sofre, e aprofundará e agravará a profunda crise política que padecemos atualmente”, advertiram.

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